“Consideramos que a falta de professores é um problema estrutural e que já começa a evidenciar as suas consequências, por isso propomos a realização de um estudo para avaliarmos as necessidades de docentes na região para os próximos 10 anos”, afirmou, em declarações à Lusa, a líder da bancada parlamentar do CDS-PP na Assembleia Legislativa dos Açores, Catarina Cabeceiras.

A deputada centrista reuniu-se, por videoconferência, com a secretária regional da Educação, Sofia Ribeiro, para debater a “Estratégia da Educação para a Década”, que o executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM quer implementar.

A titular da pasta da Educação nos Açores iniciou, na segunda-feira, uma segunda ronda de negociações com os partidos representados na Assembleia Legislativa dos Açores, depois de ter recebido propostas para integrar na estratégia.

O documento base de que partiu a discussão incluía cinco eixos, para os quais o executivo açoriano pediu contributos das forças políticas: capacitação de alunos, elevação da condição docente, qualificação dos assistentes e técnicos da ação educativa, envolvimento da comunidade educativa e autonomia das unidades orgânicas.

A líder da bancada parlamentar centrista alertou para a falta de docentes na região e defendeu a “captação de novos professores nas áreas mais carenciadas, a partir de um sistema de profissionalização em serviço”, a título “excecional e transitório”.

Catarina Cabeceiras considerou ainda importante “fazer uma firme aposta na formação contínua dos professores”, em áreas como a psicologia e a ética para a educação.

No que diz respeito aos alunos, a deputada reivindicou uma aposta “em políticas ativas de valorização do acesso ao ensino superior”, dando como exemplo o prémio de mérito, proposto pelo CDS-PP.

A parlamentar centrista sugeriu, por outro lado, que os alunos no terceiro ciclo ou secundário possam “conhecer experiências de estudantes universitários e estudantes profissionais”, para que “possam definir de outra forma aquilo que pretendem para o seu futuro”.

A parlamentar realçou ainda a integração na anteproposta da estratégia de um sexto eixo, que prevê a aferição de metas e de indicadores na área da Educação.

“Incidimos novamente na importância de fazer uma monitorização constante e permanente da evolução dos indicadores da educação, para sabermos se estamos ou não a convergir com o país e com a Europa e para que possa existir um adequado conhecimento para corrigir a trajetória das políticas que estão a ser implementadas”, disse.

A deputada do CDS-PP considerou igualmente importante que o executivo açoriano receba contributos de todos os partidos para a implementação desta estratégia, alegando que vai garantir “estabilidade” à comunidade educativa.