Açoriano Oriental
Biblioteca de Ponta Delgada guardiã de todos os livros de Antero de Quental
Todos os livros de Antero de Quental, nascido a 18 de abril de 1842, estão guardados na Biblioteca Pública e Regional de Ponta Delgada, num móvel de madeira construído para o efeito, um espólio frequentemente consultado por investigadores.
Biblioteca de Ponta Delgada guardiã de todos os livros de Antero de Quental

Autor: Lusa/AO Online

“Há muitos investigadores que vêm à procura, tanto da Universidade dos Açores como de outras universidades, destes livros”, afirmou à Lusa Rute Gregório, diretora da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, que detém “em muito bom estado” toda a biblioteca do poeta açoriano.

Antero Tarquínio de Quental nasceu no seio de uma família ilustre em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, nos Açores, a 18 de abril de 1842, cidade onde se suicidou, em 11 de setembro de 1891, num banco de jardim junto ao Convento da Esperança.

Poeta, filósofo e agitador político foi considerado um dos grandes sonetistas da literatura portuguesa, tendo publicado a sua primeira obra, intitulada “Sonetos de Antero”, em 1861.

Todos os seus livros estão guardados na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada num móvel de madeira mandado construir de propósito instalado numa “ala mais reservada” do edifício.

“Numa determinada altura, já há bastantes anos e antes de a biblioteca ter este edifício, foram até encadernados, tratados e recentemente foram outra vez revistas as peças para ver se estavam bem acondicionadas e estava tudo em ordem”, revelou Rute Gregório, acrescentando que do espólio de Antero de Quental constam livros de poesia, política e filosofia, folhetos e alguns manuscritos.

A diretora da Biblioteca Pública de Ponta Delgada explicou que estas obras “não são de empréstimo”, mas podem ser consultads numa sala reservada, algo que “acontece com frequência”.

Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, trabalhou numa tipografia, fundou o jornal “A República” e com Eça de Queirós, Oliveira Martins e Ramalho Ortigão organizou uma série de conferências democráticas conhecidas como “Cenáculo”, no Casino Lisbonense, que acabou fechado por decreto real.

Garantindo que a figura de Antero “nunca é esquecida”, Rute Gregório recordou que ainda recentemente, na exposição alusiva ao Dia Mundial da Poesia, organizada pela biblioteca, foi exposto um poema manuscrito de Antero de Quental.

“É raríssimo esquecermos Antero de Quental. Sempre que temos uma iniciativa está lá Antero de Quental”, disse a responsável, acrescentando que as novas gerações também são regularmente convidadas a descobrir o poeta açoriano.

Segundo Rute Gregório, em Ponta Delgada, cidade berço, refúgio e túmulo do poeta, Antero de Quental é uma “figura recorrente e incontornável, que direta ou indiretamente acaba por ser sempre recuperado”.

Além de um jardim, localizado em frente à Biblioteca Pública, Antero de Quental dá nome a uma avenida e uma Escola Secundária em Ponta Delgada, cidade que identificou em 1932 com uma placa a casa onde nasceu o poeta, na Rua do Castilho.

Antero de Quental está sepultado no Cemitério de São Joaquim, em Ponta Delgada.

 

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