Açoriano Oriental
BE/Açores critica dualidade de critérios de PSD e CDS
O colíder do Bloco de Esquerda nos Açores Paulo Mendes defendeu a criação de mecanismos de regulação do preço do leite no arquipélago, criticando PSD e CDS por chumbarem na Assembleia da República propostas que defendem na região.
BE/Açores critica dualidade de critérios de PSD e CDS

Autor: Lusa/AO online

 "Não vale a pena Duarte Freitas e Artur Lima andarem por aí a fazer propaganda de que querem o melhor para os agricultores, quando na Assembleia da República os seus grupos parlamentares não são capazes de aprovar medidas por parte do Bloco de Esquerda que mereceram consenso aqui na região", frisou Paulo Mendes, em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião com o presidente da Associação Agrícola da Ilha Terceira (AAIT), em Angra do Heroísmo.

O colíder regional bloquista referia-se a uma proposta apresentada pelo BE na Assembleia da República e chumbada pela maioria PDS/CDS que disse ser "muita próxima" de propostas apresentadas na região pelos social-democratas.

Os bloquistas defendiam a criação de linhas excecionais de apoio aos agricultores e a adoção de mecanismos de regulação do preço do leite, para fazer face aos impactos do fim das quotas leiteiras nos Açores.

Paulo Mendes criticou o fim das quotas leiteiras, que disse ter sido decidido por um "grupo de neoliberais europeus", "numa lógica completamente louca de que o mercado se autorregula e que beneficia toda a gente".

Para o responsável, o programa de fundos comunitários POSEI "não é suficiente" para apoiar os agricultores açorianos perante a ameaça da redução do preço pago ao produtor pelo litro de leite.

"Será bem pior no futuro com a introdução do Tratado Transatlântico, que tanto o PSD como o CDS e até mesmo o PS vêm agora advogar para os Açores", alertou, alegando que o tratado representa a abertura do mercado europeu aos Estados Unidos da América.

Também o presidente da Associação Agrícola da Ilha Terceira, José António Azevedo, defendeu a criação de mecanismos de regulação do preço do leite a nível europeu, considerando que num mercado livre os países e as regiões mais pequenas, como é o caso dos Açores, ficam mais fragilizados.

Depois de uma descida de três cêntimos no preço do leite pago ao produtor, em janeiro, na ilha Terceira, o valor tem-se mantido estável, mas José António Azevedo disse que os produtores estão "apreensivos", porque a realidade dos mercados "não está muito favorável" e o leite açoriano não tem sido devidamente valorizado.

"Nós estamos apreensivos, porque não há valorização dos nossos produtos, não há inovação dos nossos produtos", salientou, acrescentando que os produtores se sentem "frustrados", porque "não há um seguimento da valorização do produto".

O presidente da AAIT também defendeu a criação de medidas de apoio específicas para os produtores face ao fim das quotas leiteiras e considerou que o POSEI está "desfasado", porque foi criado numa altura em que o mercado estava a funcionar e o preço pago ao produtor conseguia manter a sustentabilidade das produções.

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