Açoriano Oriental
Autarca defende plano integrado para as fajãs de São Jorge
O presidente da Câmara Municipal da Calheta, em São Jorge, defendeu hoje um plano integrado para as fajãs da ilha, visando a sua classificação, num processo que deve envolver os poderes local e regional.
Autarca defende plano integrado para as fajãs de São Jorge

Autor: Lusa/AO Online

“Este plano integrado visa a recuperação daquilo que são os traços das fajãs, designadamente o seu património arquitetónico, os poços de baixa-mar, os fios de lenha, o chafariz, tudo aquilo que caracteriza a fajã”, disse à agência Lusa Décio Pereira.

O autarca defendeu que o plano integrado deve contemplar ainda a necessidade de salvaguardar os próprios acessos às fajãs, uma vez que a segurança dos que lá residem e dos que visitam estes espaços é fundamental.

As fajãs, candidatadas pelo Governo dos Açores a reserva da biosfera da UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, constituem espaços que surgem no mar na sequência da acumulação de detritos resultantes de terramotos ou de escoadas lávicas das erupções vulcânicas.

Estas áreas, de aspeto paisagístico singular, apresentam um clima ameno e foram usados, ao longo dos séculos, para a agricultura pela população de São Jorge. Atualmente as habitações lá existentes, cujo número caiu drasticamente, são praticamente locais de veraneio.

Os acessos às fajãs não estão condicionados, explicou o autarca, notando que a Câmara da Calheta tem assumido o trabalho de limpeza das encostas “com muitos custos”, uma vez que isso “implica a movimentação de capital humano e de maquinaria”.

Décio Pereira especificou que o trabalho desenvolvido nas fajãs de São João, Cubres e dos Vimes “atribui, de facto, muita segurança a quem circula por ali”.

Considerando ser importante, face aos fluxos turísticos, criar algumas infraestruturas devidamente integradas, nomeadamente espaços de restauração e de lazer que possam responder à procura que as fajãs têm hoje, o responsável salientou que estes espaços são, “indiscutivelmente”, o “grande cartaz turístico” da ilha de São Jorge, promovendo também a imagem dos Açores no exterior.

Mais do que verbas para as fajãs, Décio Pereira considera ser importante haver “grande coordenação” entre todas as entidades no âmbito do plano integrado, até porque “ir buscar valores para investimento será relativamente fácil”.

Décio Pereira, que está satisfeito com a candidatura apresentada à UNESCO, salvaguarda que na ilha não se pretende apenas classificação, mas sim “investimento qualificado que traga algo de bom”, uma vez que o desafio é justamente transformar os recursos em produtos e, consequentemente, em emprego e fixação de pessoas na ilha.

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