Açoriano Oriental
‘As Fadas’ de Antero dançam sábado no Teatro Micaelense (vídeo)

O Teatro Micaelense vai acolher este sábado, pelas 21h30, a peça de dança ‘As Fadas’, uma reinterpretação do 37.25 - Núcleo de Artes Performativas (NAP)   do poema de Antero de Quental que recebeu esse mesmo nome.


Autor: Miguel Bettencourt Mota

A ideia de honrar os respetivos versos anterianos e traduzi-los num espetáculo de dança contemporânea “surgiu da vontade de assinalar o Dia Mundial da Dança”, como sempre celebrado no dia 29 de abril.

Este ano, coincidindo o dia 29 com um domingo, a companhia profissional de dança optou, em articulação com a administração do Teatro Micaelense, por comemorá-lo no sábado, antecipando a data.

Ainda assim, o espetáculo não deixará de fazer justiça à efeméride, bem como à referência cultural em questão e à plateia a que se dirige.


“Escolhemos ‘As Fadas’ porque queríamos alguma coisa que se identificasse connosco, com o nosso público e daí incidirmos sobre Antero de Quental”, deu nota Maria João Gouveia, em declarações à rádio Açores-TSF.

A opção pelo poema, explicou, encontrou muito da sua razão com a “transversalidade” que o mesmo sugere e do cariz apolíneo nele esboçado.

Distante dos apelos “mais obscuros” de Antero, o que vai subir à cena no Teatro Micaelense vai ser reflexo do lado “cristalino” do poeta açoriano, adiantou a coreógrafa.

Houve, ainda assim, todo um trabalho de pesquisa à obra anteriana antes de se definir que texto iria servir de inspiração ao espetáculo. Entretanto, favorito que se constatou ‘As Fadas’, o que se vai poder ver no sábado é o descodificar do respetivo imaginário poético, por sua vez, ajustado àquela que é também a visão artística de Maria João Gouveia sobre o poema.

Agora, “as ideias e os pontos-chave” que foram (re)descobertos durante o período de estudo e no decurso do processo criativo ganham uma nova vida “no corpo e movimento” dos bailarinos do 37.25, prosseguiu a professora.

Concorrendo para esse mesmo objetivo, está também a forma como a atmosfera cénica está pensada: “Convidámos e desafiámos o arquiteto Paulo Pratas Vieitas a criar, pela primeira vez, cenografia para espetáculo e isso também ajudou a criar uma nova interpretação à peça e ao poema em si”, referiu ainda.

‘As Fadas’ vão contar também com o guarda-roupa da designer de moda açoriana Sara França, outro ‘ingrediente’ que vem reforçar a convicção da coreógrafa de que o espetáculo irá conseguir surpreender a plateia. “É uma desconstrução total do poema e daquela visão de fada com as purpurinas e varinha de condão. Essas coisas transformam-se (...) e eu acredito que vão resultar”, disse.

Os bilhetes têm um preço de dez euros e podem ser adquiridos na bilheteira do Teatro Micaelense ou em bol.pt.


Espetáculo vai subir à cena do Teatro com cinco bailarinos


A peça ’As Fadas’ foi maioritariamente pensada por Maria João Gouveia, que vai também incorporar o conjunto de cinco bailarinos que irão subir a palco.

O espetáculo marca um reassumir daquele que é um dos principais objetivos do 37.25 desde a sua formação e abriu-se aos contributos de outros artistas açorianos.

“Nós como bailarinos e intérpretes, recorremos a outros artistas para que partilharem as suas ideias connosco e completassem as nossas ideias. Temos por isso o arquiteto Paulo Vieitas e a Sara França entrosados nesse nosso trabalho”, afirmou Maria João.

O 37.25 – Núcleo de Artes Performativas foi criado em 2011 e conta atualmente com um conjunto de oito bailarinos micaelenses profissionais.



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