Autor: LUSA/AO online
"O seu mandato devia terminar em junho, ele prolongou-o por seis meses”, indicou, lembrando que Guterres terá estado assim à frente do organismo durante 10 anos e seis meses.
Guterres escusou-se a falar sobre o que poderá fazer a seguir. Os candidatos à sua substituição serão anunciados durante o corrente mês.
A ex-primeira-ministra dinamarquesa Helle Thorning-Schmidt anunciou hoje a sua intenção de disputar o cargo durante uma conferência de imprensa em Copenhaga com o atual chefe do governo dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen.
A mudança na direção da agência da ONU que gere e coordena a ajuda aos refugiados acontece em plena crise dos migrantes na Europa.
“A comunidade internacional está sob forte pressão para (…) enfrentar as razões que levam as pessoas a fugir, mas também para ajudar os que se deslocaram”, declarou a ex-primeira-ministra dinamarquesa.
A coligação governamental de centro-esquerda que Thorning-Schmidt dirigiu desde 2011 perdeu as eleições legislativas em junho.
No outono passado, o Governo de centro-esquerda que Thorning-Schmidt liderava foi criticado pelo Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados depois de ter aprovado uma reforma das leis de concessão de asilo, que dificulta o reagrupamento familiar e concede autorizações de residência temporárias, de um ano, aos refugiados.
Para Helle Thorning-Schmidt, essa questão não constitui um problema para a sua candidatura.
“Assumo plenamente as decisões tomadas quando era primeira-ministra e é preciso lembrar que a Dinamarca é um parceiro comprometido do ACNUR desde a sua criação em 1950”, declarou hoje.
António Guterres apelou hoje à repartição de pelo menos 200.000 requerentes de asilo na União Europeia e considerou que todos os membros da UE deviam ser obrigados a participar no programa.