Autor: Lusa/AO online
Em comunicado, o máximo responsável dos Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, disse que a resposta da polícia nestas situações deve ser "proporcional".
De acordo com o governo regional catalão, 893 pessoas ficaram feridas no domingo na Catalunha, na sequência de confrontos entre as polícias nacionais espanholas e cidadãos que pretendiam votar num referendo pela independência na região.
Pelo menos nove agentes da polícia e dois elementos da Guardia Civil também ficaram feridos nos confrontos, que visavam impedir a votação ilegal.
Zeid Ra'ad Al Hussein acrescentou ainda que a presente situação "deve resolver-se através do diálogo político, com total respeito pelas liberdades democráticas".
A justiça espanhola considerou ilegal o referendo pela independência convocado para domingo pelo governo regional catalão e deu ordem para que a polícia regional fechasse os locais de votação.
Face à inação da polícia regional, os Mossos d’Esquadra, em alguns locais, foram chamadas a Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola. Foram estes corpos de polícia de âmbito nacional que então protagonizaram os maiores momentos de tensão para tentar impedir o referendo.
A Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola realizaram cargas policiais e entraram à força em várias assembleias de voto que tinham sido ocupadas por pais, alunos, residentes e cidadãos em geral numa tentativa de garantir que os locais permaneceriam abertos.
Estas forças retiraram pessoas que ocupavam locais de votação, tendo mesmo ocupado o pavilhão desportivo da escola em Girona onde deveria votar o líder da Generalitat, Carles Puigdemont.
O presidente catalão acabaria por votar noutro local.
Além destas situações, houve ainda confrontos noutros locais, nomeadamente na sala de exposições de Sant Carles de la Ràpita (Terragona) e na Escola Rius i Taule (Barcelona), segundo relatos de repórteres das agências noticiosas internacionais.