Autor: Lusa/AO Online
A frase é de uma cidadã francesa, Annette Laurent, que fez um cartaz e o colocou ao pescoço, perto da Praça da República para participar na "marcha republicana".
"Cada um é livre de pensar o que quer, escolher a sua religião e continuar a rir, sem barbárie nem exclusão", resumiu Annette Laurent, de 55 anos, assistente social.
"Foi uma viagem de metro incrível. Estava a abarrotar de gente! Foi inesperado e uma bela surpresa de ver esta mobilização gigante", acrescentou o companheiro Juan Marcé, engenheiro de 56 anos.
Com uma dezena de estações fechadas, os corredores das carruagens do metropolitano encheram muito mais do que nas piores horas de ponta - com cada paragem a demorar o triplo do tempo habitual. Nos cais das estações, foram muitas as pessoas que preferiram desistir do transporte e ir a pé até à Praça da República.
Chegar ao ponto inicial da "marcha republicana" foi o objetivo de milhares de pessoas, para se manifestarem em solidariedade com as vítimas do atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo, na quarta-feira, por dois jovens jihadistas, abatidos na sexta-feira pela polícia.
Ao longo do Canal Saint Martin, os carros foram substituídos por pessoas, um intenso formigueiro humano em que o ritmo de caminhada varia entre o lento e o parado.
"Viemos porque é um momento importante de comunhão por causa das vítimas dos atentados e para mostrar que França não se vai deixar invadir pelo racismo e pelo antissemitismo", afirmou à Lusa Antoine Lafon, de 43 anos, que veio acompanhado pelo filho Sasha de 11 anos, o qual exibe um cartaz com a frase "Eu sou Charlie".
"É o 'slogan' adotado por todos porque a liberdade de imprensa transcende todas as opiniões", concluiu.
O som das palmas, das sirenes e de um helicóptero no ar é constante e, a cerca de 500 metros da praça, a "marcha" parou, cerca das 14:30 (hora prevista para o início da manifestação), devido ao grande número de pessoas.
"Não me surpreende que haja tanta gente. É normal que a dada altura não possamos passar. Mas vou tentar furar para me aproximar o mais possível da cabeça do cortejo", contou à Lusa Helena Porta, professora de 60 anos a morar em Paris.
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