"Estamos a passar uma época bastante complicada. Os acordos de cooperação não têm sido revistos porque não existe capacidade orçamental para tal, com a agravante de cada vez mais sermos solicitados para prestarmos mais ajuda", salientou, em declarações à Lusa.

Paulo Almeida falava à margem da sessão de abertura de um congresso da URIPSSA, que se prolonga até domingo, em Angra do Heroísmo.

De acordo com o presidente da URIPSSA, "a grande maioria dos acordos de cooperação não é atualizada desde 2009", o que faz com que os custos de funcionamento das instituições não tenham uma atualização de preço de mercado.

"Compreendemos que o Orçamento do Estado é relativamente reduzido, mas por outro lado as próprias instituições também têm de ter uma certa estabilidade financeira para conseguirem desenvolver a sua atividade social", frisou.

A anterior secretária regional da Solidariedade Social anunciou, em 2010, um novo modelo de financiamento, que ainda não foi adotado.

Paulo Almeida salientou que a URIPSSA é contra o modelo atual, "porque contempla demasiadas injustiças entre instituições".

"Pelo levantamento da empresa de fundo de maneio, que foi apresentado ainda na anterior legislatura, tornou-se evidente que, por exemplo, para o mesmo serviço social havia diferenças de comparticipação em cerca de 600 a 700 euros por utente", justificou, explicando que os acordos eram revistos um a um.

Na abertura do congresso da URISSA, o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), disse estar a favor de um novo modelo de financiamento que promova a autonomia das Instituições Particulares de Solidariedade Social, apelando a que seja tida em conta a realidade dos Açores.

"Este novo modelo deve ter em atenção a especificidade, a insularidade, a capilaridade, a dimensão e a dispersão", frisou.

Os Açores têm 234 Instituições Particulares de Solidariedade Social, espalhadas por todas as ilhas.