Açoriano Oriental
Um FADO açoriano que é Alado e voou


Família e amigos com uma pitada de carnaval e marchas populares são os ingredientes essenciais para o sucesso do grupo açoriano FADOAlado, vencedor do Got Talent Portugal no passado domingo, 25 de julho.


Autor: Tatiana Ourique / Açoriano Oriental

O grupo terceirense de 10 elementos - com idades entre os 25 e os 39 anos - é composto por Bernardo Oliveira na percussão, Ricardo Martins no bandolim, Tânia Gaspar no piano, Diogo Brasil na guitarra clássica e Gonçalo Fouto no acordeão.

As vozes de Sara Mota, Leandra Mota, Filipa Lima, Ivânia Pires e Lizélia Toste fundem-se em harmonias que agradaram os jurados do programa nacional de talentos da RTP1 desde a primeira audição e que conquistaram, acima de tudo, o voto do público.


O projeto nasceu a 24 de Agosto de 2016 “numas festas populares na ilha Terceira. Funcionou muito bem e não quisemos mais parar”, disse Sara Mota, porta voz do grupo.


O nome FADOAlado tem a liberdade como essência “é um nome sonante e fado vem de sina, destino é alado de liberdade e é ter capacidade de voar”, diz a fadista terceirense que acrescenta “nós queremos ser livres de criar as nossas letras e músicas, mas com alma de um verdadeiro português”.



No grupo existem laços de sangue: a Leandra é irmã da Sara, e a Filipa afilhada da Leandra. Desde muito cedo que alguns dos membros embarcam nas tradições terceirenses, como carnaval ou marchas populares dando uso às suas vozes. Lizélia e Ivânia ingressaram no grupo de carnaval a 2015 “onde a amizade criou laços indestrutíveis e a sua química para junção de vozes foi acontecendo naturalmente. Quanto aos músicos: o Diogo é músico fundador desde 2016, depois surge o Ricardo que logo apresenta os outros músicos, seus amigos, que fazem o quinteto perfeito”, refere Sara.



A aceitação do projeto “foi logo maravilhosa e com incentivo para continuarmos. Já atuamos muitas vezes na nossa Ilha, nas festas de várias freguesias e principalmente no palco do Teatro Angrense e Auditório do Ramo grande esgotando a lotação todas as vezes”. Mas o projeto FADOAlado também já foi levado a 6 Ilhas do arquipélago dos Açores, Paredes do Bairro, Anadia em Portugal Continental, Estados Unidos e Canadá.



O desafio do Got Talent Portugal foi um sonho de todos os membros do grupo. Um sonho que a pandemia colocou em suspenso. “A duas semanas de ir à semifinal foi-nos adiado por “rebentar” a pandemia a nível mundial. Prometeram que voltaríamos caso houvesse nova edição e assim foi. Quando deram início à nova temporada retomámos onde tínhamos ficado: diretamente para a semifinal” refere a vocalista que acrescenta que a experiência foi muito enriquecedora, mas muito desgastante a nível físico e emocional. “Há ensaios para tudo, com roupa sem roupa, com luzes, som, com a apresentadora, sem ela, até a parte de saber se passamos ou não é simulado. É um teste à nossa paciência, e depois ainda ter força e capacidade de cantar e tocar bem como se estivéssemos ‘frescos´ quando já estávamos exaustos de estar lá”.



Sara Mota acredita que o resultado da votação é mais do que uma mobilização açoriana “acreditámos que a nossa música cativou açorianos, madeirenses e continentais, não é à toa que recebemos centenas de mensagens e não foram apenas de açorianos”.



A fadista explicou ao Açoriano Oriental o que sentiu no momento em que a apresentadora anunciou os FADOAlado como vencedores do Got Talent Portugal 2021: “Só queríamos gritar muito alto, como que um grito de revolta e liberdade. É a primeira vez que os Açores ganham esse tipo de concurso. É primeira vez que a Cultura dos Açores chega tão longe e ganha. A nossa música é bocadinho de todos nós, como que aquele grito fosse de todos quantos gritaram, vibraram e festejaram a nossa vitória, foi genuíno, foi verdadeiro e único, não queríamos acreditar. Sonhávamos com isso, mas ao ponto de acontecer e a ser verdade… foi lindo e emocionante, foi um prémio dedicado a todos os açorianos”, acrescentou.


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