Açoriano Oriental
Trabalhadores das Lajes "muito preocupados" com negociações em curso
A Comissão Representativa de Trabalhadores da Base das Lajes (CRT), nos Açores, manifestou-se hoje muito preocupada com as negociações sobre a restruturação daquela estrutura e quer que as autoridades nacionais e regionais assumam a defesa dos trabalhadores.
Trabalhadores das Lajes "muito preocupados" com negociações em curso

Autor: Lusa/AO Online

As preocupações da comissão constam de uma carta enviada ao Primeiro-Ministro, aos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa Nacional, representante da República para os Açores e presidente do Governo Regional, na sequência da última reunião da Comissão Bilateral Permanente (CBP), que decorreu esta semana em Washington. Nestas cartas, a comissão sublinha estar “muito preocupada com a informação que que dispõe acerca dos resultados" desta reunião, alegando que, das "justíssimas reivindicações" que fez "para contrariar o processo de despedimentos na Base das Lajes, desconhece em concreto quais as que foram assumidas pelo Estado português como contrapartidas a exigir aos norte-americanos". Voltando a alertar para as "gravíssimas implicações sociais e económicas na Terceira" dos despedimentos e em "muitas centenas de famílias dos trabalhadores”, a comissão refere que "uma das medidas exigidas, que permitiria amenizar" estes efeitos, era "recorrendo à rescisão por via do mútuo acordo enquanto houver voluntários, mas "não colhe aprovação junto dos representantes da república" na comissão. "Contrariamente e ao que seria de esperar, preparam-se para aceitar de forma complacente a posição dos EUA, que agora, muito convenientemente, se resume ao cumprimento do acordo, coisa que nem sempre honraram, como é bom exemplo o célebre caso do Inquérito Salarial que, sintomaticamente, redundou numa das maiores traições perpetradas pelo Governo português aos trabalhadores da Base das Lajes, alerta a carta, assinada pelo presidente da comissão, João Ormonde. Alegam que "o Governo da República propõe indemnizações e outras outras medidas excecionais como incentivo ao mútuo acordo na função pública, mas venha agora negar o mesmo aos trabalhadores da Base". Na carta, a comissão espera que o Estado Português "pondere e assuma honrosamente a defesa dos seus cidadãos, fazendo juz ao espírito do Acordo de Cooperação e Defesa", enquanto que pedem ao presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, para que esclareça os trabalhadores da base e a opinião pública quanto à posição que o executivo regional tomará sobre esta matéria. Na quinta-feira, o Governo dos Açores garantiu ter reafirmado “a defesa dos trabalhadores das Lajes” na reunião da Comissão Bilateral, frisando que “a redução da presença militar dos EUA na Base deve preservar o maior número de postos de trabalho portugueses e acautelar que os trabalhadores afetados fiquem protegidos, no âmbito dos mecanismos previstos no Acordo Laboral e na legislação específica já existente”. A nota do executivo açoriano acrescentava que o representante do Governo dos Açores na Comissão Bilateral, Francisco Tavares, relembrou "os graves impactos económicos e sociais que resultarão para os trabalhadores, para a ilha Terceira e região se a Administração norte-americana não adotar medidas de mitigação convenientes".

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