Agora, com a remodelação concluída este ano e com a nova classificação de quatro estrelas, o Hotel Terra Nostra reforça ainda mais a sua posição neste segmento a nível nacional e internacional. O ‘renovado’ Terra Nostra tem aliás correspondido às expectativas e está a dar este ano um novo fôlego ao verão das Furnas, trazendo muitos turistas à freguesia e fazendo lembrar um pouco os bons velhos tempos, mesmo se a crise ainda paira no ar.

Gabriela Botelho lembra que, para um hóspede que aprecia o luxo, “a torneira dourada ou a alta tecnologia” pode ser importante por um dia, mas o que perdura e fideliza os clientes são outros aspetos mais “imateriais” e que hotéis como o Terra Nostra podem fornecer, como é o caso de outro fator diferenciador do hotel que é o seu serviço.

E curiosamente, um serviço que - numa região onde ele é tão criticado - se baseia em trabalhadores da própria freguesia das Furnas. “Houve sempre uma escola tradicional do saber bem servir, nomeadamente ao nível da restauração, que é a escola do Terra Nostra”, afirma.

Para Gabriela Botelho, o Hotel Terra Nostra “tem características inimitáveis e únicas” no contexto dos hotéis portugueses, que passam pela sua localização nas Furnas e inserção no parque e jardim botânico do Terra Nostra, o que lhe dá uma “envolvência e uma magia” que, para a autora, caracterizam hoje o luxo no turismo e na hotelaria.

Uma característica que pode até chamar hóspedes famosos ao hotel, sobretudo durante o inverno, altura em que o hotel é pouco frequentado, uma vez que as figuras públicas apreciam uma privacidade que a época alta nas Furnas e um hotel com a dimensão do Terra Nostra não conseguem dar em meses como o agosto, por exemplo. De uma característica do Hotel Terra Nostra, Gabriela Botelho não duvida: a sua capacidade de fidelizar os seus clientes. “Este é um hotel que faz o destino”, afirma. Isto quando a norma é os destinos fazerem a imagem dos hotéis. Quer isto dizer que, do ponto de vista de uma turista, “as pessoas vêm para o Terra Nostra, antes de virem para as Furnas. Há hotéis que têm essa força e essa capacidade”, explica.

Gabriela Botelho é açoriana, jurista, mestre em Gestão Estratégica do Turismo e especialista em marketing, turismo e hotelaria de luxo. Brevemente, a sua coleção vai chegar à famosa loja da Louis Vouitton nos Campos Elísios, em Paris, sendo mais uma importante ‘montra’ para os hotéis açorianos representados nos seus livros.

A Coleção “Luxo e Charme na Hotelaria em Portugal” está prestes a completar 10 anos e, nas suas quatro edições, foi refletindo a evolução do mercado turístico em Portugal. As primeiras edições centravam-se no luxo, estando o mais recente volume da coleção orientado sobretudo para o charme e aqui os Açores têm uma palavra mais importante a dizer e foram, aliás, a região convidada, com unidades hoteleiras em várias ilhas representadas no livro.

Isto apesar do IV volume da GB Collection (as iniciais de Gabriela Botelho) ter um enfoque particular no enoturismo, que tem ainda muito pouca expressão nos Açores. Os textos de Gabriela Botelho conduzem o leitor de um hotel em particular para um destino em geral, ‘invertendo’ a lógica tradicional de se partir do destino para falar de uma unidade hoteleira.