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Telenovelas portuguesas dão dinheiro e geram audiência
O realizador Sérgio Graciano e o ator Nicolau Breyner disseram à Lusa que o mercado nacional é hoje uma indústria, dá audiências e gera dinheiro, trinta anos depois da estreia da primeira telenovela portuguesa, "Vila Faia".
Telenovelas portuguesas dão dinheiro e geram audiência

Autor: Lusa/AO online

"Tecnicamente a diferença é abissal", se se comparar o que se produz agora na televisão portuguesa, em matéria de telenovelas e série de ficção, com o que se fazia em 1982, quando se estreou "Vila Faia", admitiu Nicolau Breyner, ator e produtor de conteúdos televisivos.

Em três décadas produziram-se dezenas de telenovelas e séries, surgiram mais produtoras, estúdios e empresas ligadas ao setor, e a massificação levou ao aparecimento de novos atores e guionistas.

O culminar desse trabalho deu-se nos dois últimos anos quando as novelas "Meu amor", da TVI, e "Laços de Sangue", da SIC, foram distinguidas com prémios Emmy para melhor telenovela.

Foi a primeira vez que isso aconteceu e os prémios deram visibilidade ao trabalho dos portugueses, que já é exportado para vários países, recordou Sérgio Graciano.

"É um orgulho imenso, sobretudo se pensarmos que muitos diziam que nunca conseguiríamos fazer novelas, que não éramos talhados para isto, que só o que o Brasil faz é que é bom", defendeu Nicolau Breyner.

Sérgio Graciano, 36 anos, tem já uma longa experiência na realização para televisão, mas do currículo sobressaem três produções de sucesso: a série "Conta-me como foi", a telenovela premiada "Laços de sangue" e a nova versão de "Vila Faia", exibida em 2008 na RTP.

O realizador tem na memória algumas imagens da telenovela "Vila Faia", de 1982, voltou a vê-la por causa da nova versão e reconheceu que, "dramaticamente, havia coisas muito boas" a serem feitas na televisão portuguesa.

"As novelas evoluíram imenso, há mais e melhores meios, mas hoje não se trabalha tanto o guião, apesar de os atores estarem muito melhor agora. Não estamos muito longe do que fazem os brasileiros", opinou.

Sérgio Graciano considera que a telenovela é "um produto fácil e que tem muita visibilidade, faz com que muitos atores estejam a trabalhar, gera dinheiro", e deu como exemplo a novela "Laços de Sangue", protagonizada por Diogo Morgado, Diana Chaves e Joana Santos, que envolveu cerca de 200 pessoas.

Este realizador considera que Portugal tem ainda margem para crescer nesta área: "Acho que se podem contar melhores histórias. Temos bons guionistas, temos gente que sabe escrever bem, agora quem escolhe as histórias é que pode não ter sempre bom gosto".

Apesar da evolução no panorama das telenovelas, tanto Sérgio Graciano como Nicolau Breyner consideram que os temas abordados não podem variar muito do que já é feito.

"As histórias andam quase sempre à volta do mesmo; o amor, a paixão, há um casal, um par romântico, há um vilão", descreveu Sérgio Graciano.

"É preciso ver que existe um público das novelas, ele existe e quer ver novelas, quer ver amor, ódio, paixão, vingança. Os temas são os mesmos, e são os que movem o ser humano", concluiu Nicolau Breyner.

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