Açoriano Oriental
Sismos registados recentemente ao largo do arquipélago são provocados por "fenómeno cíclico"
O vulcanólogo Vítor Hugo Forjaz afirmou hoje que os sismos recentemente registados ao largo dos Açores devem continuar por mais alguns dias devido a um "fenómeno cíclico" que ocorre no fundo do oceano, mas sem perigo para a população.
 Sismos registados recentemente ao largo do arquipélago são provocados por "fenómeno cíclico"

Autor: Lusa/AO Online

"O troço de fundo oceânico situado entre as ilhas do Faial e das Flores, bem como as respetivas paisagens submarinas, encontram-se num período de intensa expansão", frisou o vulcanólogo em declarações à Lusa, acrescentando que "a tendência é agora para diminuir a intensidade dos sismos registados no arquipélago".

Vítor Hugo Forjaz salientou que, a cerca de 10 quilómetros de profundidade, naquele troço do fundo oceânico, existe magma que diariamente ascende de camadas geológicas profundas, preenchendo as fraturas existentes na superfície crustal do fundo oceânico.

"Esse movimento ascencional, que actua como uma cunha, empurra para os lados os segmentos das placas Americana e Euroasiática, obrigando o fundo do Atlântico a crescer", afirmou o vulcanólogo açoriano, salientando que, em média, o continente americano afasta-se do continente europeu dois centímetros por ano.

Vítor Hugo Forjaz, que integra o Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores, admitiu que "esta anormal subida de magma pode estar relacionada com as tempestades magnéticas solares".

Os estudos realizados por investigadores vulcânicos, segundo este especialista, indicam que o magma e a sua correspondente superficial, a lava, contêm uma "notável percentagem de minerais magnéticos, que reagem às tempestades solares, provocando agitações magmáticas e o surgimento de sismos".

O vulcanólogo frisou que os sismos mais fortes que ultimamente têm ocorrido nas cadeias de montanhas submarinas estendem-se desde o pólo sul até ao pólo norte, passando pelos Açores e a meio da Islândia.

O Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores, sedeado na Atalhada, em S. Miguel, é uma associação científica que integra especialistas em ciências da terra e do espaço e faz parte de uma rede de vigilância mundial.

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