Açoriano Oriental
Sindicato de enfermeiros convoca greve para 03 e 04 de outubro nos Açores
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) convocou uma greve nos Açores para os dias 03 e 04 de outubro, alegando que o Governo Regional faltou aos compromissos assumidos relativos à reposição de verbas e à redução de horários.
Sindicato de enfermeiros convoca greve para 03 e 04 de outubro nos Açores

Autor: Lusa/AO Online

"Ao longo do último ano, tivemos várias conversas com o senhor secretário regional da Saúde, no sentido de evitar que a situação chegasse a este ponto. Foi a atitude do Governo Regional que nos empurrou para esta data. O Governo está, efetivamente, a acabar o mandato e não cumpriu alguns compromissos que tinha assumido connosco", disse Francisco Branco, coordenador regional do SEP nos Açores, numa manifestação em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

Em causa estão três pontos que afetam enfermeiros dos hospitais e centros de saúde da região e que, segundo o sindicalista, dependem exclusivamente do executivo açoriano.

O sindicato reivindica o pagamento de 4,5 milhões de euros, referentes aos retroativos de 2011 a 2013 da reposição do tempo de serviço congelado.

Segundo Francisco Branco, o SEP aceitou retirar um processo contra o Governo Regional em tribunal, após as negociações, mas o executivo "aplicou a lei à data do acordo" (outubro de 2013), não pagando os retroativos.

"Não exigimos que pagasse aos enfermeiros todos ao mesmo tempo e de uma vez só. Estamos abertos a negociar um plano de pagamentos", salientou.

Por outro lado, os enfermeiros reivindicam o regresso às 35 horas semanais de trabalho, alegando que existe uma discriminação comparativamente aos restantes trabalhadores da função pública.

"O Governo está a explorar os enfermeiros, porque trabalham 40 horas e ganham apenas 35. Há 20 horas por mês que não são pagas", acusou Francisco Branco, acrescentando que o sindicato não entende, nem aceita esta "atitude discriminatória".

O sindicato reclama, ainda, a adaptação à região da portaria nacional que regulamenta a direção de enfermagem, alegando que há enfermeiros nos centros de saúde a ganhar menos 200 euros por mês do que colegas com igual categoria e responsabilidades que trabalham em hospitais.

"Enquanto não for ajustada à região uma portaria nacional, que foi publicada em 2013, os colegas que trabalham na área da chefia nos centros de saúde não podem ser remunerados pelo subsídio de chefia", frisou.

A greve está marcada para duas semanas antes das eleições legislativas regionais, que decorrem a 16 de outubro, mas Francisco Branco disse que o sindicato está disponível para diálogo com o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, recandidato ao cargo.

"Há disponibilidade total para, caso o senhor presidente do Governo entenda conversar connosco, criar as pontes necessárias para estabelecer um diálogo", afiançou.

A agência Lusa tentou obter uma reação do secretário regional da Saúde, mas Luís Cabral não quis prestar declarações.

 

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