Açoriano Oriental
Região frisa importância da Dorsal Média-Atlântica na lista a Património Mundial
O secretário da Cultura dos Açores disse hoje que a inclusão da Dorsal Média-Atlântica na lista indicativa de Portugal à classificação de Património Mundial pela Unesco valoriza a região e declarou-se convicto de que o processo culminará na classificação.
Região frisa importância da Dorsal Média-Atlântica na lista a Património Mundial

Autor: Lusa/AO online

“É uma forma de valorização da nossa zona”, afirmou Avelino Meneses, na Calheta, ilha de São Jorge, adiantando ter recebido “esta iniciativa com satisfação e, sobretudo, com a convicção de que o processo chegará ao fim com a concretização da classificação por parte da Unesco”.

A Dorsal Média-Atlântica (DMA) “inclui parte das nove ilhas do arquipélago dos Açores e dos seus 596 ilhéus, o mar territorial, a subárea dos Açores da Zona Económica Exclusiva Portuguesa e a plataforma estendida contígua”, informa o Governo Regional.

“Neste espaço geográfico destacam-se como áreas relevantes os montes submarinos D. João de Castro, Condor, Princesa Alice, Sedlo, Altair, Antialtair e os complexos de montes submarinos MARNA (Mid Atlantic Ridge North of the Azores) e do Meteor, assim como os campos hidrotermais de profundidade a sudoeste dos Açores, todos incluídos no Parque Marinho dos Açores”, adianta.

Reconhecendo que a DMA “está, na sua maior parte, submersa”, o secretário da Educação e Cultura dos Açores salientou, contudo, a importância dos elementos visíveis no arquipélago, como o Algar do Carvão, na ilha Terceira, ou o vulcão da montanha do Pico.

A candidatura incluiu, ainda, a Furna do Enxofre, na ilha Graciosa, e o vulcão dos Capelinhos, na Ilha do Faial.

Segundo a mesma nota, a DMA “foi inicialmente, em 1850, detetada por Matthew Maury”, e em 1870 uma expedição “confirmou a diminuição acentuada de profundidade na zona média do Atlântico”.

“A existência da cordilheira foi depois detetada por sonar em 1925 e, mais tarde, já nos anos 1950, realizou-se o primeiro mapeamento desta enorme estrutura geológica”, refere o executivo açoriano, explicando que “a DMA passou a ser aceite como evidência para a plausibilidade da teoria da deriva continental de Wegener e, mais tarde, da teoria tectónica de placas”.

De acordo com a nota, “os Açores, a ilha Jan Mayen, a Islândia, os Rochedos de São Pedro e São Paulo, as ilhas de Ascensão, Santa Helena, Tristão da Cunha, Gough e Bouvet, são todas expressões diretas e visíveis da DMA”.

“O valor universal excecional da DMA e da região dos Açores, expressa no seu património emerso e submerso, advém das características geológicas únicas que são um testemunho presente da história da Terra e, em particular, da formação do arquipélago”, acrescenta.

Para o Governo dos Açores, com a inclusão da DMA na lista indicativa, pretende-se que venha a beneficiar “de um enquadramento com outros bens internacionais já classificados ou a classificar, também relacionadas com a Dorsal Atlântica, no âmbito de um processo transnacional, que envolva outros países, como é o caso da Islândia, Noruega, Reino Unido, Irlanda, ou mesmo Brasil, se se considerar a extensão sul deste acidente geológico”.

Nos Açores, Angra do Heroísmo, na Terceira, e a Paisagem da Vinha da ilha do Pico, foram classificados como Património Mundial em 1983 e 2004, respetivamente.

 

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