Autor: Lusa/AO online
Nos termos de um decreto regulamentar do executivo açoriano, passa também a depender de licença administrativa a colheita de amostras de recursos naturais que, pela sua natureza ou localização, sejam abrangidos por legislação específica.
O diploma desenvolve a legislação aprovada em março pelo parlamento regional, na sequência da assinatura por Portugal do Protocolo de Nagoia, que estabelece regras relativas ao “Acesso aos Recursos Genéticos e Partilha Justa e Equitativa dos Benefícios que Advêm da sua Utilização”.
Nesse sentido, o Governo dos Açores justifica a nova legislação com a importância de "acautelar o património natural e genético sob o ponto de vista científico para que, se for exportado, haja a possibilidade da partilha dos proveitos resultantes de material recolhido na região".
Na prática, a aplicação da nova legislação, segundo José Contente, secretário regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, fará com que “se um investigador recolher material nos Açores, o levar para uma grande fábrica no estrangeiro e conseguir fazer um cosmético de alto valor acrescentado, tenha que haver uma partilha para a região em termos financeiros, mas também técnicos e de 'know how'”.
Para ser autorizada a recolha de amostras científicas em áreas classificadas no arquipélago, nos termos da nova legislação, terá que ser previamente fornecida informação detalhada sobre o conteúdo do projeto, mas também sobre a eventual transferência dos materiais.
A saída de amostras colhidas na região passa também a estar condicionada por regras específicas, sendo fixados procedimentos sobre o estabelecimento de “contratos de partilha” de “benefícios identificados como resultantes dos recursos naturais acedidos ou amostrados”.