Açoriano Oriental
PSD e PS chumbam aumento do salário mínimo nos Açores
As bancadas do PS e do PSD no parlamento dos Açores chumbaram hoje um aumento ao complemento dado ao salário mínimo na região, proposto pelo PCP, argumentando que a medida retiraria competitividade às empresas do arquipélago.
PSD e PS chumbam aumento do salário mínimo nos Açores

Autor: Lusa/AO Online

A proposta do PCP visava passar de 5% para 7,5% o acréscimo que é dado nos Açores ao salário mínimo nacional, tendo o deputado comunista Aníbal Pires argumentado que “é uma medida essencial” para “relançar a economia regional”, “aliviar os sacrifícios impostos aos açorianos” e “melhorar o rendimento das famílias”.

“De igual maneira, se o Governo tem sucessivamente ampliado e aumentado os apoios e incentivos às empresas, é mais do que tempo de ampliar também o apoio aos trabalhadores”, insistiu o também líder do PCP/Açores, quando defendeu a proposta perante o plenário da Assembleia Legislativa regional, na Horta.

No debate que se seguiu, Governo Regional, PS, PSD, CDS-PP e PPM rejeitaram a proposta comunista.

O Governo Regional, através do vice-presidente, Sérgio Ávila, afirmou que quem iria pagar esse acréscimo de custo seriam as empresas, não o executivo.

“O que defendemos e reafirmamos é que o salário mínimo nacional deve ser aumentado e não a diferença entre o salário mínimo entre os Açores e o continente porque isso ia pôr em causa a competitividade das empresas açorianas e isso é que é essencial”, afirmou.

O deputado do PS Francisco César repetiu os mesmos argumentos, acrescentando que um aumento do salário mínimo a nível nacional teria “exatamente um aumento na mesma proporção nos Açores”, havendo assim “igualdade de competitividade entre as empresas”. Dessa forma é que aumentaria o consumo interno, afirmou.

Francisco César, tal como fez também Sérgio Ávila, destacou que o Governo Regional tem, no entanto, adotado medidas de apoio às empresas e às famílias.

Quanto ao PSD, o deputado António Marinho considerou que não se deve aumentar o rendimento dos açorianos por esta via, já que também as empresas vivem “uma situação manifestamente difícil” e que “pressionar” um aumento dos custos com o pessoal colocá-las-ia numa “situação ainda mais aflitiva”, sendo o mais provável que acabassem por despedir pessoas.

António Marinho concluiu afirmando que os “20 mil desempregados” açorianos não permitem ao PSD acolher a proposta comunista.

Também o deputado do CDS-PP Francisco Silva disse que o partido é “sensível à degradação das condições económicas e sociais” na região, mas manifestou "preocupação" em relação ao efeito que a medida defendida pelo PCP teria na competitividade das empresas regionais e, consequentemente, no emprego.

Ao lado do deputado do PCP acabou por votar apenas a deputado do Bloco de Esquerda no parlamento dos Açores, Zuraida Soares, que destacou que quase 29% dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção na região são pessoas que trabalham e que 12.500 trabalhadores recebem o salário mínimo nas ilhas, indicadores que justificam um aumento de rendimentos a este grupo.

Zuraida Soares lamentou também que na “única região onde é governo” o PS não aplique aquilo que defende a nível nacional: um aumento do salário mínimo.

Os três deputados do CDS-PP e o deputado do PPM, Paulo Estêvão, abstiveram-se na votação.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados