Açoriano Oriental
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Preciso ver outras histórias


Nas calma das Lagoas

É difícil. Um dia, temos as pessoas mesmo ao nosso lado e nem sempre as ouvimos. No dia seguinte, percebemos que o nosso egoísmo não é nada, se comparado com as saudades de quem passava os dias connosco. Momentos… Tão simples e tão necessários.

O que mais me assusta é que não tenho muitas palavras para dizer o que sinto, ainda estou a tentar perceber a situação.

É importante manter a escola, claro. Mas neste momento, é o que menos me preocupa… Estou a tentar dar prioridade à minha saúde mental. Porque as coisas não são tão simples como parecem… nunca vão ser. Fechei-me em casa, isolei-me. Não houve outra opção, nem me preparei.

Não consegui dizer que tinha saudades, e ainda não o disse. Vai doer mais, e a maneira como tudo ficou tão vazio, arrepia.

E o que mais magoa é saber que um abraço já não é o que era. Era uma coisa tão usada, tão vista… E agora, tornou-se em tudo o que nos falta. Porque temos de pensar no bem-estar dos outros, e no nosso. E manter a distância já não é frieza, é agora amor.

Mesmo que queiramos dar apoio uns aos outros, agora tudo é frio e calado. Nunca fui fã de chamadas, para que me possam apenas ver, porque não vemos sentimentos através de uma tela. E qualquer pessoa pode parecer bem, quando muitas vezes, se sente sozinha e sem esperança, a pensar no que está por vir. A pura verdade é que nada disto substitui ou regenera a presença de quem queríamos ter por perto. E, acabamos por ficar todos um pouco mais solitários, à deriva.

Olhar nos olhos, sorrir ao mesmo tempo, apanhar uma flor e entregá-la a quem nos significa alguma coisa? Já não se pode demonstrar quase nada… Temos de conter quase tudo.

Vemo-nos uns aos outros através de um computador, pois, é a única solução.

Aulas à distância… Talvez se aprenda, mas não se sente.

Na minha opinião, o essencial não é apenas aprender. Desenvolver a nossa intelectualidade não é tudo.

Antes, esquecíamos a matéria por algum tempo. Aproveitávamos o sol, íamos lá para fora e convivíamos… E, se estivesse difícil aguentar a pressão, havia tempo para nos curarmos, no fim, com algumas lágrimas e muitos abraços.

Agora, é a época difícil. Reparamos na presença de uns e de outros, mas não sabemos o que lhes vai na alma. É isso que mete medo…

Este tempo obriga-nos a ver tudo por outra perspetiva, eu tenho saudades.

E apercebi-me disso quando, no fim da aula, um adeus (antes TÃO comum) foi o suficiente para me fazer chorar um pouco. E pensar, no quanto tudo se tornou frio. E impessoal.

Esperemos que tudo passe, e que possamos ler os outros outra vez. Durante este tempo, li o meu livro várias vezes, agora precisava de ver outras histórias.

 

Mariana Sousa, 10.º Ano

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