Açoriano Oriental
Pontos de receção de produtos agrícolas podem ajudar a desenvolver interior de Portugal
A criação de pequenos pontos de receção e distribuição para venda de excedentes agrícolas de agricultores que produzam para consumo próprio, foi uma das ideias defendidas hoje, em Nelas, para promoção do desenvolvimento do interior do país.
Pontos de receção de produtos agrícolas podem ajudar a desenvolver interior de Portugal

Autor: Lusa / AO online

 

"Se os excedentes agrícolas do pequeno produtor, que até tem outra profissão e produz apenas para consumo próprio, forem vendidos, tem aqui um complemento de rendimento", sustentou Henrique Baltazar, da Empower - Comunicação.

A ideia passa por criar "pequenos pontos de receção de produtos, com distribuição de proximidade".

Durante a conferência "Interior 2.0 - (re)pensar estratégias para o interior", que decorre hoje em Nelas, Henrique Baltazar defendeu que esta é uma ideia que virá incentivar o pequeno produtor e impulsionará o interior do país.

"O pequeno produtor que tenha 20 árvores de fruta, não cuida delas todas porque sabe que depois não vai vender. Mas, se estes locais existirem, vai passar a cuidar para se valorizar economicamente", sustentou.

No entanto, alerta que há “armadilhas” nas quais não se pode voltar a cair, dando como exemplo as antigas cooperativas generalistas que acabaram por não sobreviver.

"Têm de ser pontos vocacionados para pequenos volumes, com uma distribuição de proximidade", esclareceu.

Henrique Baltazar sublinhou, ainda, que "o próximo QREN está aí e vai valorizar circuitos curtos de comercialização", sendo necessário "começar já a preparar terreno".

Na conferência "Interior 2.0 - (re)pensar estratégias para o interior", promovida pela Comunidade Intermunicipal da Região Dão Lafões (CIM Dão Lafões), Catarina Selada, da Inteli, apresentou o que considera serem os quatro mitos das ‘cidades inteligentes'.

"O primeiro mito é o de que a ‘cidade inteligente' é centrada na tecnologia. Defendemos que deve ser centrada no capital humano e que as tecnologias são só um meio", explicou.

O segundo mito é o de que há um modelo de ‘cidade inteligente'. Do seu ponto de vista, há projetos heterogéneos, quer em cidades desenvolvidas ou ambientes rurais.

Também por isso, "cai por terra o terceiro mito, de que só as cidades grandes podem ser ‘smarts'. Há também potencialidades nas pequenas cidades e em meios rurais".

Na sua opinião, uma aldeia também pode ser uma aldeia inteligente.

Catarina Selada revelou, ainda, que o quarto mito passa por pensar-se que Portugal está sempre na cauda do ranking das ‘smarts cities', porque existem "projetos muito interessantes".

As 'smart cities' são cidades que têm na génese a utilização de tecnologias de informação e comunicação para promover a competitividade económica, a sustentabilidade ambiental e a qualidade de vida dos cidadãos.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados