
Poemas "à maneira de..."

No passado ano letivo, na disciplina de Português, as turmas A e D do 8.º Ano elaboraram poemas “à maneira de” alguns poetas estudados. Divulgam-se aqui alguns desses trabalhos, inspirados nos poemas “Descalça vai para a fonte” e “Amor é um fogo que arde sem se ver”, de Camões, e “Ser Poeta”, de Florbela Espanca.
À maneira de Camões
Mote
Calçada vai para o campo
Maria pelas rosas
Vai confiante e cheirosa
Voltas
Leva nas mãos uma rosa
Que é muito espigosa
E na cabeça uma lembrança
Que se transforma numa trança
Maria vai esperançosa
E leve como criança
Vai confiante e cheirosa
A pele branca como papel
E nos seus dedos um anel
Anda muito silenciosa
Igual a uma rosa
Tem olhos de doce mel
E sorri muito formosa
Vai confiante e cheirosa
Marlene Couto e Tatiana Duarte, 8.º D
Mote
Chuta e vai para a glória
Eusébio pintado de encarnado
Vai pantera mais parece um tornado
Voltas
Leva no galho o cachecol
Para os ver jogar de gravata
Por mais vezes que a bola seja ingrata
Bem diz o hino que nunca encontraste rival
O amor que sinto por ti é maior que Portugal
Entrem em campo e honrem o manto sagrado
Vai pantera mais parece um tornado
Tamanha paixão que Cosme Damião planta
Percorre pela catedral a águia
Que nas noites gloriosas o leão extinguia
Tão lindas as vezes que foste às Antas
Deixar o dragão transtornado
Vai pantera mais parece um tornado
João Vieira, 8.º A
A Escola é um inferno que arde sem se ver,
é trabalho de casa que doi e se sente;
é um descontentamento descontente;
é dor que doi e fica a doer.
É uma coisa que nós não queremos;
é um trabalho sempre constante;
é mandar trabalhos que nunca faremos;
é um problema que fica na estante.
É estar preso aos livros sem vontade;
é obedecer a quem não gostamos,
é alguns acharem-se majestades.
Mas como causa a escola tantos sofrimentos,
nos corações dos seus alunos,
Se na escola se transmitem bons sentimentos?
Isa Sousa e Jorge Rebelo, 8.º A
A solidão é um tormento que te mata sem sentir
É um golpe fatal que te faz refletir
É uma mágoa que ninguém deveria sentir
É uma dor tão grande que faz querer desistir
É um não querer mais viver
É um andar solitário que te faz morrer
É um não saber o que está a acontecer
É um pensamento de querer desaparecer
É um sentimento que está preso na mente
É estar preso numa jaula mentalmente
É uma prisão em que estou eternamente
Será que esta dor é permanente?
Na minha mente não cresce uma semente
Mas faz-me querer ir embora constantemente.
Bruno Santos e Paulo Martins, 8.º D
À maneira de Florbela Espanca
Ser ou não ser
Ser jovem é tortura
É abertura para um caminho desconhecido
É ter um futuro inesperado
Como irei ser um jovem preparado?
Na escola vêm-me como um número
E não como um aluno
Apenas um mero criado
A tentar cumprir o seu ditado
Ser jovem é uma ditadura
É seguir sempre a mesma pintura
De outros jovens também sofredores desta cultura
Ser jovem é dor, é castigo, é fingir-se galã
É como ser obrigado a fazer um poema
Às onze e meia da manhã
Maria Carolina Benevides e Rita Oliveira, 8.º A
Ser Avô
Ser Avô é ter muita sabedoria
E carinho sem comparação.
É ter sábia comunicação
É ter todo o dia infinita alegria.
Ser Avô é ser a melhor companhia
É dar-nos sempre a mão.
É oferecer o coração
É ter a mais sábia empatia.
Ser Avô é ser leal,
É ser importante
E é ser essencial.
Ser Avô é ser solidário
É ser inocente
É ser extraordinário.
Mateus Mota e Rodrigo Pires, 8.º A
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