Autor: Lusa/AO Online
“É notório que a obra de selagem da lixeira foi mal executada, sendo que os plásticos esvoaçam à vista de todos, demonstrando que está em causa a estabilização, o confinamento e a impermeabilização da massa de resíduos da antiga lixeira”, afirma em comunicado o deputado do PCP no parlamento dos Açores, João Corvelo.
O Governo Regional dos Açores investiu 1,2 milhões de euros, dos quais 85% foram comparticipados por fundos comunitários, para selar as duas lixeiras que existiam na ilha das Flores, nos concelhos de Santa Cruz e das Lajes.
No requerimento hoje endereçado ao Governo Regional, liderado pelo socialista Vasco Cordeiro, João Corvelo adianta que a “lixeira [de Santa Cruz] está numa zona de declive acentuada, junto a uma linha de água, constituindo assim um elevado perigo para o ambiente e para a saúde pública dos habitantes da zona”.
O deputado único do PCP na Assembleia Legislativa dos Açores quer ainda conhecer o relatório de fiscalização da obra e quando serão corrigidos os problemas.
À agência Lusa, o diretor regional do Ambiente dos Açores, Hernâni Jorge, reconheceu a existência de uma falha na execução do projeto, sustentando que “o defeito foi identificado na receção da obra” e quer o projetista, quer o empreiteiro “já foram notificados para apresentarem uma alternativa”.
“O executivo tem acompanhado este processo e aguarda que seja apresentada uma solução dentro dos prazos legais, uma vez que a obra está dentro das garantias”, afirmou Hernâni Jorge, acrescentando que estima receber uma proposta de intervenção ainda esta semana.
O responsável indicou que a obra foi concluída a 28 de março.
Segundo informação no portal do Governo dos Açores, relativa à empreitada da selagem das duas lixeiras na ilha das Flores, o depósito de Santa Cruz das Flores situava-se na freguesia de Ponta Delgada, Barrosas, “numa zona com declive acentuado, próximo de uma linha de água”, sendo a povoação mais próxima do local Ponta Ruiva.
Neste local, a deposição de resíduos iniciou-se aproximadamente em 1975, “sendo na sua maioria resíduos urbanos, resíduos verdes, animais mortos e entulhos”.