Autor: Lusa/AO online
“As respostas às nove perguntas traduzem um enorme realismo e, sobretudo, um conhecimento das realidades que se colocam às famílias nos Açores, revelando uma grande consonância com a doutrina católica, sem esquecer as novas realidades concretas”, disse o vigário geral, Hélder Fonseca Mendes, citado numa nota divulgada no portal da Diocese de Angra.
O Vaticano enviou no final de 2013 às conferências episcopais de todo o mundo um inquérito com questões sobre o divórcio, o casamento homossexual e a contraceção, no âmbito da preparação para o sínodo sobre a família, que decorrerá em outubro de 2014.
Além das opiniões de oito ouvidorias, distribuídas por cinco das nove ilhas açorianas (São Miguel, Terceira, Santa Maria, Flores e Corvo), o contributo da Igreja Católica nos Açores contém a posição do Serviço Diocesano para a Pastoral da Família e Laicado.
Cabe agora à Conferência Episcopal reunir as diferentes sensibilidades da Igreja portuguesa e dá-las a conhecer ao Vaticano.
“Trata-se de uma matéria muito vasta para a qual os açorianos que responderam revelam uma enorme abertura sempre na perspetiva do acolhimento, da compreensão, da tolerância e da integração”, referiu o vigário geral.
Sobre a participação, na Igreja, de pessoas que casaram mais do que uma vez, por exemplo, o padre Hélder Fonseca Mendes referiu que as respostas dos açorianos vão no sentido de uma pastoral “que integre e acolha as novas realidades de forma muito aberta”, embora existam “divergências” de abordagem entre os meios mais rurais e os meios mais urbanos.
Apesar de o inquérito não ter uma pergunta explícita sobre esta matéria, “a posição dos açorianos é de que tem de haver um acolhimento de todos, mas com a consciência de que essa integração - por exemplo, na questão sacramental da comunhão - não depende da vontade das igrejas particulares”, acrescentou o vigário geral.