Autor: Lusa/AO Online
“Os novos navios foram concebidos para os Açores porque as condições de mar na região são piores. Serão preferencialmente utilizados aqui nos Açores”, revelou o contra-almirante Pires da Cunha.
O comandante da Zona Marítima dos Açores explicou que existe um projeto que contempla a construção de seis navios nos Estaleiros Navais de Viana de Castelo, para efeitos de fiscalização, mas só dois estão já concluídos, tendo um já sido entregue à Marinha, enquanto o outro será entregue no final do ano.
O responsável referiu que os patrulhas oceânicos, como são também denominados, irão substituir as corvetas, que já têm, em média, cerca de 40 anos.
“Estes navios serão uma mais-valia para os Açores. Têm uma grande autonomia. Dada a dimensão da área, os navios são mais utilizados como sondas cirúrgicas”, concretizou.
O responsável pela Zona Marítima dos Açores referiu que nesta fase inicial, devido às “garantias” de estaleiro, o primeiro patrulhão está a operar no continente por forma a corrigir eventuais falhas que venham a surgir.
Pires da Cunha afirmou que a Marinha está “preparada” para o desafio que será imposto pela extensão da plataforma continental.
“Estamos preparados para a defesa dos nossos interesses não em relação à coluna de água, mas ao fundo marinho. O nosso interesse é proteger as gerações futuras”, declarou.
O contra-almirante especificou que neste momento “não se consegue explorar” estes fundos, designadamente os minérios que lá existem, mas com os avanços tecnológicos “nada diz que daqui a 10 ou 20 anos não se possa ir a estas profundidades”.
“Queremos salvaguardar que não se faça investigação sem que saibamos, por forma a que depois não sejamos confrontados com propostas desonestas”, declarou o responsável pela Zona Marítima dos Açores.