Açoriano Oriental
Museu dedicado à história militar abre no verão em Angra do Heroísmo
O novo núcleo do Museu de Angra do Heroísmo dedicado à história militar e que alberga a segunda maior coleção de militaria do país, deverá abrir no verão, após um investimento de 2,3 milhões de euros.
Museu dedicado à história militar abre no verão em Angra do Heroísmo

Autor: Lusa/AO online

 

À agência Lusa, o diretor regional da Cultura, Nuno Lopes, disse hoje que o espaço vai incluir “a coleção militar do Museu de Angra, que é composta por um variadíssimo espólio, nomeadamente fardamentos, armas, viaturas, gravuras, pintura e documentação”.

Questionado sobre a importância do futuro museu para a região, o responsável declarou serem “muitos os factos de relevância militar que fazem parte da história dos Açores”, notando que “as reflexões que possam ser feitas em torno disso permitirão um entendimento mais profundo do que se entende por posição estratégica e do seu impacto na vida do arquipélago”.

Nuno Lopes justificou a instalação deste museu em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, “desde logo por se tratar de uma cidade cujo centro histórico se encontra incluído na lista do Património Mundial da UNESCO por razões que têm muito a ver com localização, estratégia e militaria”.

“Por outro lado, a maioria dos factos de relevância nacional e internacional, neste âmbito, aconteceram na Terceira e os mais interessantes elementos de edificado encontram-se aí, exemplificados pela fortaleza de São João Baptista”, observou.

O novo espaço vai designar-se Núcleo de História Militar Baptista de Lima (Angra do Heroísmo, 1920 – Lisboa, 1996), “fundador e diretor, durante muitos anos, do Museu de Angra do Heroísmo, que ali reuniu muito espólio de várias vertentes, conhecendo-se o seu gosto, público e notório, pela história militar e tudo o que envolve essa área do conhecimento”, referiu Nuno Lopes.

“Desde logo foi adotado este nome, entendido como uma homenagem justa”, adiantou Nuno Lopes.

O diretor do Museu de Angra do Heroísmo, Jorge Bruno, acrescentou à agência Lusa que o núcleo tem “a segunda maior coleção de militaria do país, depois do Museu Militar de Lisboa”.

“Isto deve-se ao trabalho do primeiro diretor, que é o patrono desde núcleo, que reuniu uma coleção privada e uma coleção pública. Nos anos 90, o museu adquiriu o essencial, incluindo a biblioteca e a coleção militar, onde se pode considerar mais de mil uniformes, o que é excecional”, afirmou Jorge Bruno.

O responsável adiantou que o núcleo vai ficar instalado num antigo hospital militar criado no Domínio Filipino (1580-1640) e vai incluir três exposições de longa duração, a primeira sobre “os homens, as armas e a guerra”, abordando o conceito da guerra e a utilização das armas ao longo dos séculos, desde a flecha ao drone.

A segunda aborda o perfil de Manuel Coelho Baptista de Lima na “perspetiva do colecionador”, enquanto a terceira exposição, na ermida do antigo hospital, é um espaço interpretativo do edifício que vai, ainda, incluir as reservas da coleção militar do Museu de Angra do Heroísmo.

Jorge Bruno salientou a importância que a ilha Terceira “desempenhou em cinco séculos”, apontando o seu papel nas “rotas das Índias ocidentais e orientais, onde era necessário ter um contingente militar e fortificações de apoio às frotas”, um papel geoestratégico importante que continuou até à atualidade, de que é exemplo a base das Lajes.

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