Perante os resultados positivos da estimativa inicial de recursos em dois furos na concessão, Costelloe admite ser possível começar a construção de uma mina a céu aberto em 2013, e iniciar a extração já em 2014.

Ainda não é garantido que a Colt construa a mina - mas, se a construir, o impacto para o ambiente será mínimo, assegura Costelloe.

"Temos grandes preocupações com o ambiente", diz o engenheiro irlandês. "Admito que no passado houve pessoas [na indústria mineira] que cometeram erros, e em certas partes do mundo talvez ainda cometam. Mas estamos em Portugal, que é parte da União Europeia. Há regras, proteções, e vamos cumpri-las integralmente."

A exploração mineira contemporânea é um processo industrial exigente: "Não é só tirar os lingotes", diz Costelloe.

O ouro está "preso" em formações rochosas; para o extrair é necessário remover milhões de toneladas de terra e esmagar a rocha. Este processo pode implicar o recurso a grandes quantidades de água e a químicos perigosos.

Costelloe assegura que este projeto não implicará o acesso a grandes recursos hídricos. Quanto ao uso de químicos, "sem dúvida que há", mas Costelloe nota que "também as bombas de gasolina ou as explorações agrícolas usam produtos químicos": "Desde que eles sejam utilizados com segurança, os acidentes são eliminados."

O impacto sobre as populações locais também será mínimo, continua o diretor da Colt. "Tivemos muita sorte: a área onde fica o projeto tem uma densidade populacional muito reduzida. Já estive em partes do mundo onde os depósitos [de minérios] ficam mesmo por baixo de cidades, mas aqui não prevemos que haja necessidade de mudar pessoas."

Para lá da Boa Fé, a Colt tem outros projetos de exploração de minérios em Portugal, incluindo os de Armamar (tungsténio), Penedono (ouro) e Montemor-o-Novo (ouro).

A empresa é sediada no Canadá mas quase toda a sua atividade está em Portugal. Uma "percentagem significativa" dos investidores da Colt são alemães.