Açoriano Oriental
Massas de água de ilhas dos Açores alvo de intrusão salina

As massas de água do litoral do Pico e da Graciosa estão a ser alvo de intrusão salina na sequência das alterações climáticas, devendo este cenário estender-se a outras ilhas dos Açores, segundo o diretor regional do Ambiente.

Massas de água de ilhas dos Açores alvo de intrusão salina

Autor: Lusa/AO online

“Com o recuo da costa, face à erosão, e a previsível subida do nível do mar, é natural que se acentuem os problemas relacionados com a intrusão salina nos aquíferos mais próximos do litoral. É um problema, aliás, que temos nas costas oeste e noroeste do Pico e na Graciosa”, declarou à agência Lusa Ernâni Jorge.

O responsável referiu que esta nova realidade tem obrigado o Governo dos Açores a uma “monitorização permanente qualitativa” das massas de água, bem como a um “redefinição da sua geometria, procurando-se alternativas em termos de captações”.

Apesar de ser, para já, um problema específico daquelas duas ilhas, Ernâni Jorge afirmou que a intrusão salina “não deve ser descartada de todo em outras ilhas da região, face às consequências das mudanças climáticas”.

O diretor regional do Ambiente referiu que o executivo está já a realizar um segundo estudo relacionado com esta matéria nas ilhas do Pico e da Graciosa, estando-se, neste momento, a redefinir as massas de água.

Contudo, segundo Ernâni Jorge, nos Açores não se pode falar de problemas relacionados com a falta de água, uma vez que as reservas hídricas são “significativamente mais elevadas” do que as necessidades, mas, sendo este um bem natural de “importância estratégica”, recomenda-se “uma gestão sustentável”.

Ernâni Jorge adiantou que os consumos anuais representam 5,4% das reservas anuais dos recursos hídricos disponíveis.

As captações de água nos Açores fazem-se, essencialmente, com base em reservas de água subterrâneas e através de furos e nascentes, havendo um “aproveitamento marginal das águas superficiais”, a par de uma “boa capacidade de reposição das reservas hídricas subterrâneas”.

O diretor regional do Ambiente salvaguardou que há, contudo, “deficiências ao nível do abastecimento", sendo "fundamental proceder a um trabalho de redução de perdas" nas redes de distribuição e de "estímulo ao uso eficiente do recurso", além de alguma utilização de águas fluviais em alternativa à captação das águas subterrâneas.

A região gere este recurso natural através do Plano Regional da Água e do Plano de Gestão da Região Hidrográfica.


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