Autor: lusa
“O Partido Socialista particularmente, e o Governo PS, procurou instrumentalizar os incidentes localizados, procurando, de certa forma, responsabilizar o PCP”, disse Jerónimo de Sousa aos jornalistas, durante uma visita ao certame agro-pecuário Ovibeja.
“Os incidentes são lamentáveis e só dizem respeito àqueles que estiveram envolvidos”, sublinhou o líder dos comunistas, frisando que “o grande problema é que, por declarações posteriores, o PS, particularmente, procurou cavalgar e instrumentalizar acontecimentos, acusando o PCP”.
“Porque é que acusou o PCP? Conseguiu identificar quem provocou os incidentes? Ou estava o PS de má fé?”, questionou Jerónimo de Sousa, referindo que “o PS não perdoa” e “procura, através de um novo processo de vitimização, tentando responsabilizar quem não é responsável”, “ensombrar as grandes comemorações do 1º de Maio” e “atacar a força coerente da oposição, como é o PCP”.
“O PS tem a consciência desta operação de instrumentalização”, disse Jerónimo de Sousa, insistindo que o incidente com Vital Moreira “só serviu ao PS, que o está de facto a instrumentalizar”.
Segundo Jerónimo de Sousa, o PCP “não aceita” que o PS procure “sacudir a água do capote” e “desviar a atenção dos portugueses” ao “manipular e instrumentalizar” as agressões a Vital Moreira, “levando à fuga daquilo que hoje é central para os trabalhadores e para o povo português, que é a condenação de uma política profundamente errada”.
O cabeça de lista do PS às eleições Europeias do próximo dia 07 de Junho, Vital Moreira, foi sexta-feira insultado e agredido por manifestantes que participaram no desfile organizado pela CGTP, em Lisboa, para assinalar o 1º de Maio.
Questionado pelos jornalistas sobre se exige um pedido de desculpas do PS por ter responsabilizado o PCP pelas agressões a Vital Moreira, Jerónimo de Sousa disse: “Não consigo exigir pedidos de desculpa a quem está mal intencionado”.
Segundo Jerónimo de Sousa, “os trabalhadores não devem abdicar do seu direito ao protesto, à indignação e à luta”, mas “que o façam com uma grande serenidade, designadamente no quadro das campanhas eleitorais que ai vêm, e não permitam que as grandes questões nacionais sejam derivadas para aquilo que o PS pretende”.
“Designadamente com a vitimização e a instrumentalização de acontecimentos”, como as agressões a Vital Moreira, “que deixaram o PS a esfregar as mãos de contente, mas que procuram, de certa forma, evitar que o povo português tenha a consciência do resultado de uma política desastrosa feita durante quatro anos”, acrescentou.
Questionado pelos jornalistas sobre se Vital Moreira deveria ter ido ao desfile organizado pela CGTP, Jerónimo de Sousa escusou-se a “fazer juízos de valor”, mas defendeu que “num 1º de Maio cabem todos aqueles que amam a liberdade, a democracia, que defendem os direitos dos trabalhadores”.
O líder dos comunistas chamou “a atenção” para o que considerou “um lapso” de Vital Moreira.
“Preocupa-me aquela afirmação [de Vital Moreira]: ‘já tenho também a minha Marinha Grande’, porque ele dizia que não estava lá em campanha eleitoral. Ora, esse acontecimento que referiu foi em campanha eleitoral. Então, não há aqui boa fé de certeza”.