O Galileo, da Agência Espacial Europeia (ESA), é o sistema de navegação por satélite da União Europeia (UE), concebido como um projeto civil em oposição ao GPS norte-americano e ao GLONASS russo, ambos de origem militar.

A Galileo Sensor Station (GSS) de Santa Maria, nos Açores, resultou de um investimento de 600 mil euros e criou seis novos postos de trabalho diretos, foi hoje revelado durante a cerimónia oficial de inauguração, que contou com a presença de representantes do Governo Regional açoriano, do Estado-maior da Armada, do Gabinete Nacional de Segurança, da NAV, da ANACOM, da ESA e da Edisoft, a empresa portuguesa responsável pela construção e operacionalização desta infraestrutura.

As GSS "monotorizam a qualidade do sinal e o posicionamento dos satélites Galileo que se encontram em órbita", segundo informação enviada à agência Lusa pela Edisoft.

Neste momento, estão em órbita quatro dos 30 satélites Galileo previstos no projeto e a Comissão Europeia deverá declarar a disponibilidade do GSS a partir do início do próximo ano.

"Por se encontrar localizada numa área geográfica privilegiada, a ilha de Santa Maria preenche todos os requisitos necessários para o sucesso da operação de uma estação Galileo", explica ainda a Edisoft.

Segundo a empresa, a estação de Santa Maria vai receber "adicionalmente" um sistema de busca e salvamento (Galielo's Search and Rescue) até ao final do ano.

"Os satélites Galileo estão equipados com um sistema de comunicações UHF ('Beacons') localizados a bordo de navios, aeronaves ou pessoas, para serviços de localização de emergência", explica.

A GSS de Santa Maria foi construída num terreno cedido pelo Governo Regional dos Açores por vinte anos, o período de vida da estação.

O secretário regional do Turismo e Transportes, Vítor Fraga, considerou que o projeto demonstra que "a condição insular" não é "limitadora quando se trata das novas tecnologias e de telecomunicações".

Vítor Fraga reiterou a intenção que tem o Governo Regional de fazer dos Açores um "arquipélago tecnológico" e apostar na "especialização inteligente".

Neste contexto, sublinhou que o executivo açoriano pretende canalizar fundos europeus do próximo quadro comunitário de apoio (2014-2020) para investimentos na área da tecnologia e das telecomunicações, apostando, por exemplo, na formação de recursos humanos a este nível. Até 2020, e no âmbito da já anunciada "Agenda Digital e Tecnológica", o executivo regional prevê investir 40 milhões de euros nesta área.