O anúncio foi feito hoje pelo secretário regional dos Transportes e Turismo, Vítor Fraga, durante uma visita às obras da estação, que integra a Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais (RAEGE), uma parceria entre o Governo dos Açores e o executivo de Espanha que prevê a construção de mais três infraestruturas destas (Madrid, Canárias e ilha das Flores).

Em Santa Maria está já instalada uma antena de 13 metros de diâmetro que terá capacidade para monitorizar, por exemplo, o movimento das placas tectónicas e o posicionamento de estações espaciais ou medir a orientação e rotação da terra em relação às estrelas.

A gestão da estação será partilhada pelos dois executivos e os dados que recolher serão disponibilizados para vários parceiros, podendo também empresas aceder a essa informação, explicou Vítor Fraga.

"A nossa intenção é que a Universidade dos Açores tenha um contributo ativo nesta matéria, podendo usufruir de todos os dados que sairão daqui", acrescentou.

O secretário regional revelou que o arquipélago está também a negociar a "captação" de um projeto associado à estação geodésica que visa o estudo das alterações climáticas.

O objetivo é "potenciar" e rentabilizar a estação e colocar "de novo" os Açores numa "plataforma científica" europeia, de forma a reafirmar as condições infraestruturais e o posicionamento geoestratégico do arquipélago, afirmou.

Vítor Fraga reiterou a aposta do executivo açoriano em "captar infraestruturas tecnológicas" para as ilhas e referiu que no caso desta estação serão criados seis postos de trabalho "fortemente qualificado".

A estação geodésica de Santa Maria é um investimento de cinco milhões de euros, cofinanciado por fundos europeus, sendo três milhões assegurados pelo Ministério do Fomento de Espanha e dois milhões pelo Governo dos Açores.