O suspeito da autoria do crime é o companheiro de 34 anos, natural da Fajã de Cima e atualmente desempregado, que residia há cerca de um ano na casa da mulher na zona do Picolar, um bairro sossegado da freguesia do Pico da Pedra.

Gracinda Lourenço, vizinha do casal, contou que ao início da noite “o homem apareceu à sua porta, colocando as mãos da cabeça, e gritava que tinha matado a mulher. ‘Vizinha vá a correr, porque ela ainda está a respirar’. Fui rapidamente mas estava deitada no chão do jardim, ao lado de uma poça de sangue”, contou.

Uma outra testemunha, que solicitou anonimato, informou que falou com o suspeito do crime, quando estava a fugir do local do crime, tendo-lhe contado ter matado a mulher com um martelo. “Ele vinha na rua e vira-se para mim a dizer que tinha matado a mulher. Perguntei, como é que mataste a tua mulher? Disse-me que tinha sido com um martelo”, contou um conhecido do suspeito.

A Polícia Judiciária, responsável pela investigação deste homicídio, não confirmou se a agressão mortal foi com um martelo, apenas referiu que o crime foi cometido com “o uso de invulgar violência”.

O detido foi, ontem, presente ao tribunal da Ribeira Grande para a aplicação das medidas de coação e ficou a aguardar o julgamento em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Ponta Delgada.

Causas desconhecidas

A morte da mulher chocou a freguesia do Pico da Pedra. Entre os vizinhos ninguém conhece histórias de violência no casal, apesar da considerável diferença de idades.

“Havia uma grande diferença de idades, mas gostavam um do outro. Davam-se muito bem. Chegaram a jantar na minha casa. Não sei o que deu àquele homem. Estou em choque”, contou Gracinda Lourenço.

A mesma testemunha contou que o casal tinha estado a viajar na África do Sul, onde a mulher tinha família, e pretendia regressar para viver na companhia do irmão. A mulher natural da Madeira, já estava reformada, após ter sofrido um AVC, trabalhando anteriormente como taxista (em part-time) e empregada de limpeza numa superfície comercial.

Segundo testemunhas, o homem esteve, momentos antes do crime, num café da freguesia do Pico da Pedra, onde bebeu uma caneca de cerveja. As motivações para este crime ainda são desconhecidas.