Açoriano Oriental
Shark Project e operadores de mergulho dos Açores querem 200 milhas da ZEE de volta
A organização Shark Project e os operadores de mergulho açorianos querem o regresso das 200 milhas da subzona dos Açores da Zona Económica Exclusiva (ZEE), visando a "paragem imediata" da captura de tubarões na região.
Shark Project e operadores de mergulho dos Açores querem 200 milhas da ZEE de volta

Autor: Lusa/AO online

 

“Exigimos a paragem imediata da captura do tubarão nas águas dos Açores e, consequentemente, também uma paragem imediata deste negócio”, referem, numa carta aberta à população, a Shark Project, com sede na Alemanha, e a Associação dos Operadores de Mergulho dos Açores (AOMA).

Por decisão das instâncias comunitárias, a subzona dos Açores da ZEE nacional foi reduzida de 200 para 100 milhas, no âmbito da revisão da Política Comum de Pescas.

As organizações referem que desde há cerca de 10 anos 100 embarcações espanholas e 30 portuguesas “podem praticar pesca industrial a partir do continente, no interior da zona de 200 milhas náuticas, sem ter em conta interesses dos Açores”.

A Shark Project e a AOMA citam dados oficiais do Governo segundo os quais “os pescadores espanhóis ocupam os portos da Horta para o desembarque de 2.800 toneladas de tubarões por ano”, mas estimam que este valor atinja na realidade as 5.000 toneladas.

As organizações apontam como consequência da pesca industrial a “pressão extrema” para a pesca, o que leva a um excesso de apanha de espadim azul, espadarte e atum, no que consideram ser um “ataque contra os interesses dos Açores”.

A Shark Project e a AOMA apontam ainda como consequência da pesca industrial a extinção de tubarões e a consequente “alteração dramática do ecossistema oceânico ao redor dos Açores”.

As organizações sublinham que o arquipélago dos Açores é conhecido no estrangeiro pelo seu turismo ecológico sustentável, sendo este, na sua leitura, o “motivo pelo qual pessoas do todo o mundo visitam as suas ilhas”.

“O número de capturas feitas pelos pescadores locais já é alarmante”, frisam as organizações na carta aberta à população dos Açores.

A Shark Project tem vindo a combater nos Açores a pesca do tubarão, tendo entregado os seus programas de sensibilização para as escolas aos seus apoiantes na região e às entidades locais, visando combater a pesca do tubarão.

A organização alemã pretende continuar a observar os desembarques de tubarões no Faial e verificar se estão de acordo com as diretivas comunitárias.

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