Açoriano Oriental
Graciosa participa em projetos internacionais para estudar atmosfera superior e clima
A Graciosa, uma das mais pequenas ilhas dos Açores, vai participar em dois projetos científicos internacionais relacionados com o estudo da atmosfera superior e do clima, que hoje foram apresentados pelo Governo Regional.
 Graciosa participa em projetos internacionais para estudar atmosfera superior e clima

Autor: Lusa/AO Online

Esta ilha do Grupo Central vai integrar a ‘Super Dual Auroral Radar Network' (SuperDARN Projet) e o programa ARM (Atmospheric Radiation Measurement).

"Estes dois projetos de grande alcance reforçam a centralidade dos Açores e a aposta na sociedade do conhecimento e da inovação para aumentar a nossa competitividade", afirmou o secretário regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, José Contente, em declarações à Lusa.

A Rede Internacional de Radares para o Estudo da Atmosfera Superior da Terra (SuperDARN) destina-se à monitorização das regiões polares, medindo a posição e a velocidade das partículas existentes na ionosfera, que se situa entre os 60 e os 1.000 quilómetros de altitude.

A ‘Super Dual Auroral Radar Network', que arrancou em 1993 e possui mais de duas dezenas de radares em várias partes do globo, vai contar com uma estação na Graciosa, que será instalada numa zona de baldio da Serra Branca.

Este projeto internacional envolve cientistas de países como EUA, Inglaterra, Japão, Nova Zelândia e Austrália, abrangendo a sua rede de radares localizações no Alasca, Canadá, EUA, Islândia, Japão, Austrália, Nova Zelândia e na Antártida.

Esta cadeia de radares visa possibilitar um melhor conhecimento da alta atmosfera e das cargas eletromagnéticas que a envolvem, o que permitirá minimizar os efeitos de fenómenos que causam alterações climáticas, perturbações nas comunicações e avarias em satélites, entre outros problemas.

A Graciosa vai também acolher em permanência uma estação para medição da radiação atmosférica integrada no programa ARM, lançado em 1990 pelo Departamento de Energia dos EUA e que visa a previsão do tempo e o estudo do clima.

A estação, que será instalada em terrenos municipais junto ao aeroporto, permitirá aproveitar a localização estratégica dos Açores e a sua centralidade no Atlântico Norte.

A decisão de instalar na Graciosa uma estação permanente do programa ARM surge na sequência dos resultados obtidos com uma unidade experimental, cujos dados recolhidos ao longo de 16 meses permitiram criar a primeira estrutura climatológica vertical detalhada de nuvens baixas numa zona marinha subtropical.

A Graciosa foi escolhida como um dos cinco locais do mundo envolvidos no programa ARM para promover o aprofundamento da investigação do sistema estratiforme de nuvens de baixa altitude sobre os oceanos subtropicais.

A sua baixa representação nos modelos climáticos, segundo os especialistas, causa grandes incertezas nas previsões de alterações climáticas.

A importância da estação açoriana para o programa ARM resulta do facto de 70 por cento do planeta estar coberto por oceanos e, consequentemente, as nuvens marinhas serem o tipo mais comum de nuvens no mundo.

A Graciosa, situada em pleno Atlântico, possibilita a oportunidade de realizar importantes observações de mais longa duração sobre as nuvens marinhas, sendo as medições recolhidas nesta estação usadas pelos cientistas para testar e validar simulações em computador.

 

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