Açoriano Oriental
Governo Regional e autarquias dos Açores preparam combate articulado à praga de ratos
As autarquias dos Açores e o Governo Regional estão a preparar uma atuação articulada no combate à praga de ratos, que em algumas ilhas pode ter populações acima dos níveis desejados, segundo o presidente da Associação de Municípios.
Governo Regional e autarquias dos Açores preparam combate articulado à praga de ratos

Autor: Lusa/AO Online

"Estamos a falar de um problema de saúde pública de nível superior, portanto, obriga a uma articulação e a uma integração não só dos municípios com o Governo e com as freguesias para atuação, mas também dentro dos vários níveis de fiscalização do Governo Regional", frisou Roberto Monteiro.

O presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória e da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA) falava aos jornalistas no final de uma reunião com o diretor regional da Agricultura e com a Comissão Executiva de Controlo Integrado de Roedores.

Segundo Roberto Monteiro, embora não se possa afirmar com certeza que houve aumento do número de ratos nos Açores, em 2015, a perceção da população é de que o veneno que está a ser distribuído não tem sido eficaz, em algumas ilhas.

"Não podíamos continuar a fazer o que cada entidade estava a fazer, tendo em conta que o resultado final que é visto por tudo e por todos é um resultado que não interessa a ninguém, com um aumento significativo da população, com uma descoordenação completa ao nível da intervenção e com uma ineficácia, inclusivamente com os meios financeiros que todas as entidades aplicam", frisou.

As autarquias vão começar a distribuir raticida já a partir das próximas semanas e de forma continuada ao longo de 2016, adquirindo produtos com recomendação técnica da Comissão Executiva de Controlo Integrado de Roedores, estando prevista também a formação de corpos técnicos e veterinários dos municípios.

No entanto, segundo Roberto Monteiro haverá uma nova modalidade de distribuição de raticida, com uma componente de fiscalização e coordenação, para garantir que a sua aplicação é cumprida.

Para o autarca, as várias inspeções do Governo Regional, de forma articulada, terão de fiscalizar também o cumprimento dos planos de combate e controle de roedores das estruturas propícias à sua reprodução, como estábulos, pocilgas, fábricas de rações ou unidades de recolha de lixo, porque a legislação existe, mas não é aplicada.

Nos últimos 10 anos, o Governo Regional e as autarquias gastaram "mais de 6 milhões de euros" na aquisição de raticidas, que terão tido "consequências sobre o meio ambiente", sem os efeitos de combate desejados.

"Neste momento, vamos ter que fazer, no fundo, mais uma intoxicação química do nosso ambiente para poder reduzir essa população de ratos, mas simultaneamente temos de entrar com outro processo de médio e longo prazo de controlo equilibrado, de maneira a que a planificação e a ação não passe por intoxicar o resto da vida todo o nosso ambiente, com estratégias que não surtem efeito", salientou Roberto Monteiro.

Já o diretor regional da Agricultura, Fernando Sousa, anunciou que o Governo Regional vai avançar, nas próximas semanas, com a realização de censos para identificar se existe aumento ou diminuição da praga de ratos e as áreas que são mais atingidas.

"É um trabalho contínuo que nunca está terminado. É necessário para nós sabermos qual é a verdadeira realidade do problema", salientou, alegando que atualmente não existem dados sobre o número de ratos na região.

Segundo Fernando Sousa, está também a ser desenvolvido um plano estratégico de combate à praga, que define as competências das entidades públicas e privadas.

O diretor regional disse que a leptospirose, doença transmitida através da urina de ratos, é uma "preocupação de todos", mas garantiu que a tutela tem divulgado junto dos agricultores informação sobre os cuidados de prevenção recomendados.

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