Açoriano Oriental
Governo dos Açores e Diocese de Angra vão inventariar património das igrejas da região
A Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura dos Açores e a Diocese de Angra assinaram hoje um protocolo com vista à realização de um inventário de bens culturais em todas as igrejas da região.
Governo dos Açores e Diocese de Angra vão inventariar património das igrejas da região

Autor: Lusa/AO Online

"É interesse da região ter um inventário completo e rigoroso a todo o património cultural que seja digno de ser protegido, divulgado e qualificado, seja ele propriedade de privados, seja público ou da diocese", frisou, em declaração aos jornalistas, o secretário regional da Educação, Ciência e Cultura, Luiz Fagundes Duarte.

Entre 2015 e 2017 será feito um inventário "igreja a igreja", com o apoio técnico da Direção Regional da Cultura, e "depois será feita uma avaliação das peças para saber quais são aquelas que de facto merecem um tratamento especial", explicou.

"Esperamos ao fim de dois, três anos já ter uma noção relativamente fiel deste património e do que é necessário para o preservar", frisou Luiz Fagundes Duarte.

O protocolo inclui também a realização de ações de formação junto dos párocos e das comissões fabriqueiras "no sentido de os ajudar a olhar pelo património que está à guarda", para evitar que se percam bens.

Segundo o governante, ao longo do tempo foram feitas intervenções "que não obedeciam aos critérios que devem respeitar o que tem a ver com a preservação do património cultural".

O projeto de inventário dos bens culturais da Diocese de Angra, a candidatar a apoios comunitários, terá um orçamento global máximo de um milhão de euros.

A tutela compromete-se ainda a colaborar na conservação e na divulgação dos bens culturais, que vão desde património móvel (pinturas, esculturas, ornamentos, alfaias litúrgicas, paramentos e instrumentos musicais) a património integrado (frescos, talha, azulejaria e tumulária), passando por documentos de arquivos e livros antigos.

Para Hélder Fonseca, vigário-geral da Diocese de Angra, as paróquias não teriam de outra forma capacidade para fazer um trabalho deste género, até porque utilizam o património cultural com outro fim.

"Julgo que sem esta colaboração por parte do Governo Regional não era possível, do ponto de vista técnico e científico, a diocese e as paróquias por si fazerem um trabalho de classificação, de inventariação e de formação", frisou, destacando a quantidade de entidades, edifícios e peças que estão em causa.

Hélder Fonseca alertou sobretudo para o risco de se perderem arquivos e documentos, cujas palavras já começam a desaparecer, devido ao tipo de tinta que era utilizada e à humidade.

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