Açoriano Oriental
Governo açoriano rejeita desconsideração de ilhas nos transportes marítimos

O Governo Regional dos Açores garantiu que “em momento algum foram desconsideradas as ilhas das Flores e Santa Maria, ou qualquer outra ilha”, no modelo de transportes marítimos e destacou a aposta na mobilidade interilhas.

Governo açoriano rejeita desconsideração de ilhas nos transportes marítimos

Autor: Lusa/AO Online

“Em momento algum foram desconsideradas as ilhas das Flores e de Santa Maria, ou qualquer outra ilha […]. Há uma aposta clara na mobilidade dos açorianos e na criação de um verdadeiro mercado interno, que, como o atual Governo defende e já colocou em prática, é possível e desejável”, refere o Governo açoriano, em nota de imprensa.

O esclarecimento chega depois de partidos e autarquias terem criticado o concurso aprovado na quinta-feira que deixa as ilhas do grupo oriental, São Miguel e Santa Maria, sem serviço público de transporte marítimo de passageiros e viaturas, porque a operação sazonal foi restrita às ilhas do grupo central (Faial, Pico, São Jorge, Terceira e Graciosa).

Segundo a mesma resolução, as ilhas do grupo ocidental, Flores e Corvo, continuam a ter ligação regular entre si, apenas para transporte de passageiros, mas a operação sazonal que ligava as Flores ao resto do arquipélago, e que permitia o transporte de viaturas, também será suprimida.

No que toca à ilha das Flores, o executivo lembra que foi muito atingida, em 2019, pelo furacão Lorenzo, "que afetou gravemente o Porto das Lajes, limitando muito a sua operabilidade”.

“Desta forma, a ligação por ferry à ilha das Flores não pode ser assegurada até que estejam concluídas as intervenções que garantam a sua utilização neste âmbito”, é acrescentado.

Na nota, o executivo regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM adianta ainda que “foi solicitado ao vencedor do concurso de transporte de mercadorias entre o Faial, as Flores e o Corvo que obtivesse também licença para transporte de passageiros e viaturas, o que poderá acontecer até um máximo de 20 pessoas por viagem e vários veículos”.

Esse navio “irá já começar a operar […] a partir do próximo dia 17 de agosto”.

Ainda assim, o executivo garante que, quando “estiverem reunidas as condições logísticas ideais, a ligação por ferry ao grupo ocidental será retomada”.

Quanto à ligação entre São Miguel e Santa Maria, o Governo pretende responder à questão de duas formas.

“A primeira passa por disponibilizar, tendo sempre em conta as especiais circunstâncias que ainda estamos a atravessar, mais ligações aéreas entre estas duas ilhas”, adianta o executivo, assegurando que “a SATA estará em condições de assegurar estas ligações, em muito maior escala, no próximo verão”.

Por outro lado, o Governo planeia “manter as ligações marítimas, mas em moldes diferentes”.

“Estas serão realizadas, quer recorrendo a operadores privados, quer através da utilização dos recursos próprios da região, evitando, desta forma, o enorme prejuízo anual, superior a 10 milhões de euros, que resulta das condições em que foi realizado o fretamento de navios em períodos anteriores”, concretiza.

Na nota é também destacado que “o sucesso da chamada ‘Tarifa Açores’”, que providencia viagens aéreas interilhas a 60 euros para residentes no arquipélago, “tem sido notório em toda a região, permitindo um aumento, sem precedentes, da mobilidade interilhas por parte dos açorianos”.

“Como é óbvio, será feita a avaliação do impacto desta medida no âmbito da definição do futuro modelo de transporte marítimo de passageiros interilhas”, acrescenta o executivo regional.

O Governo Regional garante ainda que “irá monitorizar o impacto das respostas idealizadas e que reforçará, com celeridade, os meios disponibilizados sempre que as circunstâncias assim o aconselharem”.

O concurso público em causa prevê a "celebração do contrato de fornecimento do serviço público de transporte marítimo regular de passageiros e de viaturas entre as ilhas do Faial, Pico e São Jorge e de passageiros entre as ilhas das Flores e do Corvo" e o transporte marítimo sazonal de viaturas e passageiros entre as cinco ilhas do grupo ocidental.

O contrato, com um preço base de 18 milhões de euros, tem um "prazo de dois anos, com possibilidade de prorrogação por um período máximo de 12 meses".


PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados

Este site utiliza cookies: ao navegar no site está a consentir a sua utilização.
Consulte os termos e condições de utilização e a política de privacidade do site do Açoriano Oriental.