Autor: Lusa/AO online
Após as filmagens, que decorrerão durante 15 dias nas linhas do Douro, Cascais, Norte, Oeste e Sintra, num total de 700 quilómetros, os internautas do mundo inteiro poderão vê-las dentro de "três a quatro meses", afirmou hoje a diretora de Marketing da CP, Filipa Ribeiro.
"As imagens disponibilizadas não serão só das linhas, mas de toda a envolvente para que toda a gente saiba como é viajar nestes comboios", disse no arranque das filmagens da linha do Douro, entre o Porto e o Pocinho.
Através das aplicações 'Google Maps´ e 'Google Earth´, as pessoas poderão ter a perspetiva do que sente o maquinista do comboio ao percorrer a linha ferroviária, ao fazer as curvas e contracurvas, ao passar nos túneis ou parar nas estações.
Filipa Ribeiro explicou que a realização deste projeto, iniciativa da CP, tem uma "grande complexidade" a nível operacional e exigiu a cooperação entre empresas do setor.
Para a captação de imagens, a Google disponibilizou um equipamento com câmaras de alta resolução que é colocado num vagão, impelido por uma locomotiva da CP, percorrendo a linha de ponta a ponta.
"O comboio tem de ir a uma velocidade diferente do que normalmente vai, isto é a 30 quilómetros por hora, para captar imagens com uma qualidade muito boa", explicou.
Posteriormente, as imagens serão tratadas por técnicos da Google que eliminarão os rostos e as matrículas dos carros por questões de privacidade.
"Esta iniciativa será uma mais-valia para o turismo de Portugal e para a promoção dos caminhos-de-ferro", considerou Filipa Ribeiro.
Na sua opinião, os potenciais turistas ao verem as imagens a 360 graus das várias linhas vão perceber que podem fazer "viagens maravilhosas" em Portugal.
O investimento no projeto "não é significativo" porque cada empresa envolvida assumiu os seus custos internos que, face às vantagens que trará, se torna "reduzido", salientou a diretora de marketing da CP.
Portugal é o segundo país a ter uma linha ferroviária filmada a 360 graus na plataforma 'Google Street View´ após a filmagem, em 2012, de caminhos-de-ferro nos Alpes Suíços.
O responsável de combinado operacional Norte da Refer, Paulo Rocha, adiantou que a empresa fez alterações nos horários porque o comboio circula a baixa velocidade, prescindiu de cobrar a taxa de uso (espécie de portagem ferroviária) e tratou das autorizações especiais dado o vagão ser impelido e não rebocado, tal como é habitual.
Ao longo desta primeira viagem, entre o Porto e o Pocinho, havia quem estivesse em terrenos agrícolas, em estações ou no meio de arbustos a registar o momento "único" com máquinas fotográficas e telemóveis.