Açoriano Oriental
Gelo no Antártico está a derreter 10 vezes mais rápido do que há 600 anos
O gelo da Antártida está a derreter 10 vezes mais depressa do que acontecia há 600 anos, tendo atingido o valor mais alto dos últimos 50 anos, informou a equipa de investigação australiana e britânica.
Gelo no Antártico está a derreter 10 vezes mais rápido do que há 600 anos

Autor: Lusa/AO Online

A investigação, conduzida pela Universidade Nacional Australiana (ANU) e pelo Centro Britânico de Pesquisas do Antártico (BAS), chegou à conclusão “que as condições mais frias da península do Antártico e o menor degelo de verão ocorreram há cerca de 600 anos atrás”, disse o líder da equipa, Nerilie Abram.

“Na altura, as temperaturas eram cerca de 1,6 graus celsius mais baixas do que as registadas no final do século XX e a quantidade de neve que todos os anos derretia e voltava a gelar era de cerca de 0,5%”, acrescentou.

Segundo o investigador, isto significa que tem havido “pequenos aumentos de temperatura na península antártica”, o que “tem implicações importantes para a instabilidade do gelo e para a elevação do nível do mar".

Para chegar a esta conclusão, os investigadores perfuraram um núcleo de gelo de 364 metros de comprimento em James Ross Island, no norte da Antártida, a fim de medir as temperaturas passadas.

Pela medição da espessura destas camadas, os cientistas analisaram a evolução do degelo, em comparação com as variações de temperatura no local do núcleo de gelo, ao longo dos últimos 1.000 anos.

Robert Mulvaney, do BAS, liderou a operação e sublinhou que o registo “é particularmente importante por causa do recuo dos glaciares e da perda de plataformas de gelo” que têm vindo a acontecer “em toda a região nos últimos 50 anos”.

A pesquisa, publicada na revista Nature Geoscience, é a segunda reconstrução de degelos passados feita no continente antártico para tentar compreender as causas das alterações climáticas na região.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados

Este site utiliza cookies: ao navegar no site está a consentir a sua utilização.
Consulte os termos e condições de utilização e a política de privacidade do site do Açoriano Oriental.