Açoriano Oriental
Florentinos sem gás, iogurtes, batata e fruta, por causa do mau tempo
Os empresários do ramo alimentar da ilha das Flores registam hoje uma rutura em vários bens essenciais, que teve origem no mau tempo das últimas semanas, que impediu, por duas vezes, a operação do navio de transporte de mercadorias.
Florentinos sem gás, iogurtes, batata e fruta, por causa do mau tempo

Autor: Lusa/AO Online

Segundo Arlindo Lourenço, proprietário de uma rede de supermercados na ilha, já não existem iogurtes nem fruta para venda aos habitantes locais, situação que considerou ser "aflitiva" e "horrível" para qualquer empresário.

"Eu não tenho um iogurte nem uma peça de fruta para vender!", lamentou Arlindo Lourenço, acrescentado que num período de dificuldades financeiras, esta rutura de bens alimentares significa "elevar a crise ao quadrado".

O empresário florentino recordou que o navio "Sete Cidades", da transportadora Transinsular, devia ter feito escala na ilha no dia 9 de maio, mas as más condições climatéricas obrigaram a empresa a "abortar" a operação.

"O navio rumou a São Miguel, para se abrigar e regressou às Flores esta semana, para nova tentativa falhada", explicou Arlindo Lourenço, adiantando que a informação que dispõe, é de que o navio, que está a caminho do porto de Leixões, só irá tentar operar nas Flores na próxima terça-feira.

Preocupado com esta rutura de bens essenciais está também José António Corvelo, proprietário de um restaurante na Fajãzinha, concelho das Lajes das Flores, que garante já não existir também gás butano na ilha.

"Foi uma corrida infernal ao gás! Já esgotou!",disse o empresário, em declarações à Lusa, admitindo ter salvaguardado o seu negócio, ao adquirir gás em quantidade.

Segundo explicou o empresário, os florentinos "já não estavam habituados a este tipo de falhas" e quando tiveram conhecimento de que o navio não conseguia atracar no porto comercial da ilha, a corrida às prateleiras aumentou.

"Neste momento já não há batata, iogurtes nem fruta", acrescentou José António Corvelo.

O presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores, Manuel Pereira, considerou, no entanto, tratar-se de uma "situação excecional", que resultou de um período prolongado de mau tempo, a que os habitantes locais "já não estavam habituados".

No seu entender, o Governo Regional e a empresa Transinsular terão, no entanto, tomado as "medidas corretas", ao dar indicações ao navio para que regressasse a Leixões e voltasse às Flores na próxima semana.

 

"Não havia garantias de que o navio pudesse operar. Entretanto, e a bordo seguiam produtos perecíveis, como carne e peixe com destino ao Continente", recordou o autarca socialista.

Na sua opinião, situações como esta só seriam evitadas se fosse construído um novo molhe de proteção no porto das Lajes das Flores, no sentido de o tornar mais protegido das intempéries.

A Secretaria Regional da Economia disse na terça-feira ter informações de que "não existe, neste momento, qualquer risco de rutura de stocks na ilha das Flores", informação contrariada hoje por empresários.

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