Autor: Ana Carvalho Melo
Cerca de uma centena de figurantes onde se incluem antigas apanhadeiras, pessoas das mais diversas áreas profissionais e sobretudo jovens e crianças, preparam este dia com muito entusiasmo, refletindo o gosto por usos e os costumes, com mais de um século de existência.
As apanhadeiras, trajadas de acordo com os testemunhos da época, vestem com orgulho a saia de chita, o avental, a blusa bordada ao longo do inverno e o lenço colorido. Um traje estilizado que no transporta à primeira metade do século XX, em que inúmeros ranchos de mulheres se dedicavam à colheita manual do chá percorrendo, nos meses de verão, as inúmeras plantações então existentes na costa norte da ilha de S. Miguel.
Na atualidade a colheita do chá é feita de forma mecânica, mas ao longo da jornada as apanhadeiras irão colhendo manualmente, de forma delicada, as folhas novas do chá, entoando modas tradicionais.
Para reavivar a memória do fabrico caseiro de chá, outrora comum a muitas famílias micaelenses, as folhas posteriormente serão enroladas em tabuleiros de madeira e finalmente secas em forno de lenha tradicional.
Com esta iniciativa pretende-se divulgar aos visitantes locais e turistas, a música, os jogos tradicionais que retratam as vivências de uma época, mas sobretudo um passado de grande importância sócio cultural e a grande riqueza etnográfica que está associada á cultura do chá.