Açoriano Oriental
Editoras açorianas satisfeitas com Feira do Livro de Lisboa, mas defendem alterações
As editoras açorianas que participaram na Feira do Livro de Lisboa consideraram hoje positiva a presença na iniciativa, mas defendem mudanças no formato desenvolvido pela Direção Regional da Cultura, entidade que admite "pequenas alterações".

Autor: Lusa/AO Online

 

Fernando Ranha, responsável pela Ver Açor, uma das editoras presentes no certame, declarou à agência Lusa que é “sempre positivo” para a empresa “poder divulgar os seus livros e os seus autores no mais importante evento de livros a nível nacional”.

O editor salvaguarda, contudo, que é importante a obtenção de “melhores resultados” no certame, pelo que preconiza a necessidade de “alguns acertos”.

Questionado sobre o atual formato, Fernando Ranha destacou o “esforço enorme” que a Direção Regional da Cultura tem feito para estar presente na Feira do Livro de Lisboa, salvaguardando, a este propósito, que, “no início, era só um pavilhão e atualmente são três”.

“Entendo, no entanto, que podemos melhorar a nossa participação com um diálogo entre todos. Sugiro a envolvência do Turismo dos Açores, pois a Feira do Livro tem meio milhão de visitantes e decorre no nosso principal mercado turístico, Portugal continental”, defendeu o editor.

A presença açoriana na Feira do Livro é assegurada por três pavilhões da responsabilidade da Direção Regional da Cultura, onde estão presentes as obras das editoras regionais e outras entidades convidadas pelo Governo dos Açores, além das suas próprias edições.

Sobre a estratégia editorial da Ver Açor, nos próximos tempos, face às mutações em curso no mercado, Fernando Ranha disse que, no futuro, a Ver Açor dará “ainda maior destaque ao turismo, onde ainda há muito para fazer”.

“Esperamos que, este ano, que é o da confiança, corra bem e o futuro será um grande desafio para todos os que estão ligados ao turismo e à cultura. Na parte literária manteremos a nossa linha editorial, editando poucos autores, mas de reconhecido mérito”, frisou Fernando Ranha.

José Ernesto Resendes, da editora Letras Lavadas, que também participou por via da Direção Regional da Cultura, considerou que a presença regional no certame “deveria ser revista para as editoras darem uma opinião e terem escritores que pudessem conversar com os seus leitores”.

“Reconheço que, para nós, editores, já é muito positivo levar e promover os nossos livros. Agora, seria de melhorar algumas coisas”, afirmou o editor, que reconheceu o “excelente trabalho” da Direção Regional da Cultura, dadas as dificuldades em vender no mercado nacional.

Carlos Machado, da editora Companhia das Ilhas, classificou, por seu turno, “razoável” o espaço assegurado para as editoras da região, mas apontou a necessidade de construir um programa de animação da cultura açoriana, com livros e escritores na feira, aproveitando o seu mediatismo.

O Diretor Regional da Cultura, Nuno Lopes, declarou que a presença na Feira do Livro de Lisboa “decorre na lógica de que as editoras tenham um espaço próprio” e revelou uma “pequena alteração”, para que no espaço possam ser as próprias editoras a decidirem o que querem lá promover.

“Em relação aos orçamentos e à presença de escritores tem-se feito o que é competência editorial da Direção Regional da Cultura, através de um fundo regional de ação cultural, sendo que qualquer editora pode fazer o lançamento de um livro ou apresentação de um escritor, à semelhança do que se fazem noutros pavilhões, mas isso será da sua competência direta e não do Governo Regional. Podemos facilitar a logística, não garantindo o suporte económico”, acrescentou.

 

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