Açoriano Oriental
Economia solidária emprega "largas dezenas" de pessoas em risco de exclusão
A rede de economia solidária dos Açores emprega "largas dezenas" de pessoas em São Miguel que estavam em risco de exclusão social e agora trabalham em organizações da área alimentar, artes decorativas, carpintaria, artesanato ou turismo, valorizando produções "genuínas" locais.

Autor: Lusa/AO online

“As organizações de economia solidária, nas suas unidades produtivas, criaram largas dezenas de trabalho para pessoas que estavam em risco de exclusão social e o projeto 'Açores +' procura exatamente criar respostas e ajudar estas organizações a contrariar a crise e a encontrar novos mercados e novas oportunidades para os seus negócios”, disse Célia Pereira, coordenadora geral da Cooperativa Cresaçor (Cooperativa Regional de Economia Solidária).

Integram a cooperativa, instituição que nos Açores representa a Rede de Economia Solidária, 23 organizações.

Apesar da crise, Célia Pereira disse que o projeto "Açores +: Promoção da Economia Solidária", criado em 2012 e financiado pelo programa europeu ProConvergência, tem visado "potenciar a sustentabilidade dessas unidades produtivas e aumentar a visibilidade dos seus produtos e serviços".

Foi também possível renovar o “selo Cores", que permite ao consumidor "saber que aquele produto ou serviços cumpre na sua produção com os princípios de economia solidária", disse.

Integrado ainda no projeto "Açores+", está o "Roteiro Cores", que permite visitar lojas, dispersas pela ilha de São Miguel, que desenvolvem iniciativas de economia solidária e promovem a produção e comercialização de produtos e serviços com selo Cores.

“Temos apostado, com este projeto, na formação, na melhoria das unidades produtivas e dos postos de venda, na valorização e na recolocação dos produtos no mercado e sua divulgação”, frisou Célia Pereira, acrescentando que o "Açores +" permitiu que estas entidades e organizações "pudessem ter acesso a um conjunto de 'know how' para inovarem", a par da formação de técnicos e dirigentes.

Célia Pereira adiantou que o projeto "foi prorrogado até dezembro de 2014" e que além do relançamento da campanha do selo Cores vai também ser lançado "um vídeo que permite divulgar a produção destas organizações".

“Temos trabalhado sobretudo de uma forma mais permanente para a ilha de São Miguel, com um grupo de cerca de dez organizações de economia solidária. E depois, de uma forma menos contínua, com outras ilhas”, acrescentou.

Para a secretária regional da Solidariedade Social, Piedade Lalanda, que hoje e na quarta-feira percorre o Roteiro Cores, em São Miguel, é preciso que estes produtos não fiquem esquecidos, considerando ainda que "é muito possível" trazer mais pessoas para estes projetos de economia solidária.

Piedade Lalanda deu o exemplo da Casa de Trabalho do Nordeste, que visitou hoje, para sublinhar que "existe mercado para os produtos que a instituição tem, nomeadamente a lã para tricotar, mas que "por falta de mão obra que domine a técnica", não consegue responder às encomendas.

"Há produtos na área da pastelaria e das rendas que são genuínos e têm esta força de identidade. Aliás, o selo Cores tem esta especificidade de valorizar produtos que têm história e são genuínos", sublinhou, indicando que o objetivo de conhecer este roteiro foi também para aferir a resposta que estas iniciativas estão a dar às comunidades locais.

A secretária visita até quarta-feira instituições integradas neste roteiro que têm acordos de cooperação com o Governo Regional.

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