Açoriano Oriental
Cooperativa diz que pescadores açorianos perderam 5ME de rendimento num ano
A cooperativa de pescadores dos Açores Porto de Abrigo revelou hoje que o setor teve uma quebra de rendimentos de cinco milhões de euros de 2013 para 2014 no arquipélago e criticou as opções do Governo Regional para 2015.
Cooperativa diz que pescadores açorianos perderam 5ME de rendimento num ano

Autor: Lusa/AO Online

“A crise na pesca está quantificada. Até 31 de outubro, o rendimento bruto é de 24,1 milhões de euros e, mesmo que os meses de novembro e dezembro sejam de bom tempo e de boas pescas, o rendimento de toda a pesca será inferior a 29 milhões de euros, o que significa uma perda superior a cinco milhões de euros num único ano, de 2013 para 2014”, declarou Liberato Fernandes.

O dirigente associativo falava em Ponta Delgada, numa conferência de imprensa para revelar o parecer da cooperativa sobre a proposta de plano anual de investimento público dos Governo dos Açores para 2015.

Liberato Fernandes frisou que este cenário de crise no setor “confirma uma tendência ininterrupta” registada desde 2010, ascendendo as perdas na pesca nos Açores, desde então, a mais de 11 milhões de euros.

“Esperava-se que o Governo [dos Açores] apresentasse um plano para diminuir a crise que se abate de forma violenta sobre os pescadores. Esperava-se que o Plano para 2015, além de apresentar medidas para atenuar o sofrimento que afeta numerosas famílias, analisasse as causas da crise e adotasse medidas para reestruturar o setor”, declarou Liberato Fernandes, para quem nada disso aconteceu.

O líder da cooperativa lamentou que o secretário regional que tutela o setor, Fausto Brito e Abreu, tenha feito da sua audição pela Comissão de Economia da Assembleia Regional dos Açores, esta semana, uma “espécie de relatório sobre mediadas de polícia a aplicar à pesca, como se os pescadores fossem criminosos e o Governo não tivesse qualquer responsabilidade pelo constante agravar da crise”.

De acordo com Liberato Fernandes, todo o setor é constituído, nos Açores, por “pequenos empresários, em situação económica difícil”.

“Do saneamento financeiro da economia da pesca resultará mais rendimentos para todos os operadores e maior diversificação na oferta tanto no mercado interno como na exportação”, considerou.

Liberato Fernandes revelou, por outro lado, que um "elevado número” de pescadores fez exame de arrais sem que seja certificado e que "existem situações de revalidação de certificados de operador radiotelefone, cuja renovação está a ser recusada, de forma injustificada, com custos acrescidos para os pescadores”.

“A Porto de Abrigo está empenhada no encontro de solução para estes problemas, pelo que espera, do Governo Regional e das entidades com responsabilidades nesta matéria, soluções. Esperamos que estas situações sejam desbloqueadas com a urgência requerida”, disse.

 

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