Açoriano Oriental
Central geotérmica da Terceira com previsão de cobertura de 10% das necessidades

A central geotérmica do Pico Alto, na Terceira, esta segunda-feira inaugurada, tem uma potência líquida de 3,5 megawatts (MW), prevendo-se que cubra 10% das necessidades de eletricidade da ilha em 2018.



Autor: Lusa/AO online

“Com esta inauguração na ilha Terceira estima-se que a produção geotérmica atinja cerca de 10% da cobertura das necessidades de eletricidade da ilha em 2018, contribuindo para o aumento da produção, a partir de fontes renováveis, de 22% registados em 2016 para quase 40% no próximo ano”, disse o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, na inauguração da infraestrutura.

O presidente do executivo açoriano salientou que atualmente os Açores já têm 37% da eletricidade produzida proveniente de energias renováveis, das quais 24% são de fonte geotérmica, dando o exemplo da ilha de São Miguel, em que os recursos renováveis já representam mais de metade da produção elétrica (54%).

Vasco Cordeiro realçou ainda a importância destes investimentos na sustentabilidade do desenvolvimento dos Açores e na “diminuição da dependência de fatores externos”.

O projeto geotérmico da Terceira teve início em 2000, com a realização dos primeiros estudos geofísicos, tendo os primeiros poços sido abertos em 2007.

A central, que inicialmente tinha uma potência prevista de 12 MW, chegou a ter a entrada em funcionamento anunciada para 2009 e entre o arranque do projeto e 2015 foram investidos cerca de 30 milhões de euros.

A infraestrutura, localizada na freguesia dos Biscoitos, no concelho da Praia da Vitória, entrou em funcionamento a 10 de agosto e os primeiros resultados indicam que tem a mesma produção dos dois parques eólicos da serra do Cume, também na ilha Terceira, que têm uma potência instalada conjunta três vezes superior (12,6 MW).

“Durante este último período, a central geotérmica do Pico Alto tem vindo a produzir de forma constante a uma potência à volta dos 4 MW, superior à potência nominal contratada desta central que foi de 3,5 MW”, revelou o presidente da Eletricidade dos Açores (EDA), Duarte Ponte.

A infraestrutura arranca com três poços de produção e um poço de reinjeção, no qual o fluido geotérmico, após as trocas térmicas na central, é devolvido ao reservatório, mas está previsto um aumento da sua potência.

“Estaremos atentos aos resultados da exploração do reservatório geotérmico do Pico Alto durante o próximo ano e depois de uma análise detalhada e atenta com os nossos consultores científicos iremos equacionar a sua expansão para 10 MW, tal como tínhamos previsto”, avançou o presidente da EDA.

A construção da central, adjudicada em julho de 2015, com um prazo de 450 dias, teve um custo de 9,18 milhões de euros, cofinanciados em 3,7 milhões de euros, pelo fundo European Economic Area Grants (EEA), através dos países doadores Islândia, Lichtenstein e Noruega.

Duarte Ponte anunciou ainda um investimento de cerca de 1,8 milhões de euros para a remodelação das hídricas da Nasce d’Água, no concelho de Angra do Heroísmo, na mesma ilha, o que irá permitir “colocar na rede mais energia renovável estável”.


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