Açoriano Oriental
Bombeiros dos Açores alertam para inoperacionalidade de planos municipais de proteção civil
A Federação dos Bombeiros da Região Autónoma dos Açores (FBRAA) alertou esta segunda-feira para a inoperacionalidade dos planos municipais de proteção civil do arquipélago em caso de catástrofe, mas a associação de municípios assegura que todos são devidamente atualizados anualmente.
Bombeiros dos Açores alertam para inoperacionalidade de planos municipais de proteção civil

Autor: Lusa/AO Online

 

Em declarações à Lusa, Luís Vasco Cunha, responsável pela associação que representa as dezassete corporações de bombeiros existentes no arquipélago, refere que a situação "deve preocupar toda a população".

"Não haverá, em praticamente nenhum concelho dos Açores, um plano que, em tempo útil, possa pôr em marcha a resolução das dificuldades que aconteçam em caso de catástrofe", disse o presidente da direção da FBRAA.

Luís Vasco Cunha questiona a capacidade de "aplicação ativa" dos planos municipais de proteção civil.

"Uma coisa é um plano escrito num papel, em que as pessoas fazem uma ligeira ideia do que está ali, e outra coisa é saberem como funciona em termos práticos e, sempre que há uma pequena dificuldade, vemos que os planos não estão ativos", declarou.

O responsável pela federação defende uma "maior "articulação" entre as câmaras municipais e as respetivas corporações de bombeiros que, em alguns casos, "estão de costas voltadas".

"Tem de haver uma articulação das autarquias com os bombeiros, porque temos conhecimento de autarquias que pura e simplesmente estão de costas voltadas para os bombeiros, não tendo qualquer tipo de ligação e colaboração", referiu.

Em resposta, o presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA) disse á Lusa que "todos" os municípios têm "por imposição legal" e "necessidade própria" os referidos planos, acrescentando que a "atualização dos mesmos" compete às "comissões municipais da qual fazem parte, entre outros, as corporações de bombeiros".

"Anualmente, todos os municípios estão a fazer as atualizações devidas do plano", referiu Roberto Monteiro, ressalvando que "se alguma entidade que pertence às comissões municipais de proteção civil entende que deve haver outro ajustamento aos planos deverá fazê-lo no âmbito da comissão".

Em relação ao apoio financeiro, explica que igualmente obrigatório e "cumprido por todos os municípios" é o pagamento do seguro a todos os bombeiros que atuam no concelho e que o apoio autárquico "vai muito para além do que a lei determina".

"Larga maioria dos municípios apoia as associações voluntárias de bombeiros muito para além do que a lei determina, nomeadamente com apoios à atividade de exploração e ao investimento", sustentou.

Em matéria de apoio, Robert Monteiro anunciou à Lusa que está em curso um novo projeto aprovado "por unanimidade" na AMRAA que envolve os serviços municipalizados.

"Está em curso um novo projeto de apoio no sentido de ser criado uma modalidade que facilite angariar novos sócios em que a quota mensal possa ser paga através da fatura da água", revelou Roberto Monteiro, dizendo que o projeto será operacionalizado em 2014.

 

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