Açoriano Oriental
Banca deixou de injetar 600 milhões de euros anuais na economia dos Açores
O diretor regional do Apoio ao Investimento e Competitividade do Governo dos Açores, Ricardo Medeiros, diz que a banca deixou de investir na economia açoriana 600 milhões de euros anuais, como acontecia, por exemplo, em 2007.
Banca deixou de injetar 600 milhões de euros anuais na economia dos Açores

Autor: Lusa/AO Online

“Desde 2008 que temos sentido alguma dificuldade por parte da banca em injetar dinheiro na economia açoriana. Por exemplo, em 2007 a banca introduzia, tendo em conta a diferença entre depósitos captados e crédito concedido, 600 milhões de euros na economia. Neste momento, já não o faz, havendo anos em que este valor foi negativo”, afirmou Ricardo Medeiros, em declarações à agência Lusa. Este montante, acrescentou, faz com as empresas passem por um “período de dificuldade” e tenham “menor facilidade” em cumprir com projetos que foram candidatados ao Sider – Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento dos Açores, criado em 2007, para um período que termina no final deste ano, tendo o Governo Regional anunciado recentemente que criará uma "segunda geração" de incentivos para estar em vigor a partir de 2014. Ricardo Medeiros ressalvou que, no entanto, na sequência das reuniões que tem mantido com as instituições bancárias se verifica um “retorno” e “abertura” da banca ao investimento. “Começam a regressar as operações de crédito e penso que nos próximos anos a situação se irá com certeza inverter. Mesmo aqueles empresários que neste momento continuam a apresentar as suas candidaturas ao Sider quando assinarem os contratos e chegar a altura de realizar esse investimento já terão melhores condições para o fazer”, frisou. Ricardo Medeiros apontou que apesar da conjuntura económica desfavorável e das medidas de austeridade, “continuam a aparecer “bastantes candidaturas”, o que é “bastante motivador” e “encorajador”. De acordo com os dados disponíveis, foram apresentadas 822 candidaturas aos Sider desde a sua criação, que irão gerar 2.439 postos de trabalho, num investimento global de 494,6 milhões de euros, sendo o incentivo não reembolsável de 125 milhões de euros. No entanto, salvaguarda Ricardo Medeiros, até à data apenas foram encerrados 189 processos que se traduzem na criação de 369 postos de trabalho. O diretor regional do Apoio ao Investimento e Competitividade explica que apenas aquando da análise do pedido de pagamento final e encerramento do processo é que são comprovados os postos de trabalho criados no âmbito do projeto, existindo ainda um prazo de três anos as candidaturas aprovadas serem executadas. Ao abrigo do atual quadro comunitário de apoio, e no âmbito dos quatro subsistemas do Sider, foram aprovados na vertente do desenvolvimento local 527 projetos no total de 187,3 milhões de euros que deverão gerar 1092 postos de trabalho. No que concerne ao subsistema do desenvolvimento turístico, foram aprovados 225 projetos, num total de 75,5 milhões de euros, que deverão potenciar 687 postos de trabalho, enquanto no subsistema do desenvolvimento estratégico o número de processos foi de 47 e o valor total das candidaturas atinge os 229 mil euros, sendo que os postos de trabalho deverão chegar aos 638. Finalmente, no que toca ao último subsistema do Sider, relativo ao desenvolvimento da qualidade e inovação, foram aprovados 23 projetos no valor de 2,5 milhões de euros e que devem gerar 22 postos de trabalho.

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