Açoriano Oriental
Assembleia Legislativa discute com "preocupação" situação da RTP/Açores
A situação da RTP/Açores esteve hoje no centro das atenções no plenário da Assembleia Legislativa Regional, com criticas generalizadas ao modelo de emissão em vigor há um mês e preocupação quanto ao futuro.
Assembleia Legislativa discute com "preocupação" situação da RTP/Açores

Autor: Lusa/AO Online

“O Governo dos Açores está apreensivo e preocupado com o futuro próximo do serviço público de rádio e televisão nos Açores”, afirmou André Bradford, secretário regional da Presidência, na abertura de um debate sobre a audição em comissão parlamentar da direção e da subcomissão de trabalhadores da RTP/Açores.

André Bradford salientou que a direção da empresa na região “não sabe o que será a RTP/Açores nos próximos tempos, não sabe os meios financeiros com que pode contar e não sabe qual o modelo a implementar”, denunciando as “declarações confusas, contraditórias e que deixam preocupação quanto ao futuro” que foram prestadas pelos responsáveis da empresa no arquipélago.

As críticas à direção regional da empresa vieram também de Paulo Estêvão, do PPM, para quem “as explicações dadas (na comissão parlamentar) são de rir”.

“Não sabem nada, estão lá apenas para aplicar o modelo que lhes disseram. Fazem o que lhes mandaram fazer”, afirmou, defendendo a necessidade de “um canal público, com ligação à RTP e responsáveis nomeados pelo parlamento regional”.

Aníbal Pires, do PCP, considerou “doloroso ouvir a direção da RTP/Açores assumir um modelo imposto pela tutela”.

“Os governos da República nunca quiseram abrir mão do centralismo e dar à RTP/Açores a autonomia de que ele necessita”, afirmou.

Por seu lado, Hernâni Jorge, do PS, frisou que “Lisboa impôs, por ordem do ministro Miguel Relvas, a concentração da emissão da RTP/Açores”, salientando que “o que se pretende é o fim da RTP/Açores”.

“Estamos perante um dos mais graves e ferozes ataques à autonomia regional”, afirmou.

No mesmo sentido, Zuraida Soares, do BE, salientou que o atual modelo da empresa na região “foi decidido pelo ministro Miguel Relvas no seu pior pesadelo”, alertando que “os Açores estão a desaparecer da emissão”.

“Quanto menos Açores houver, menor é o reconhecimento das nossas comunidades”, frisou, antecipando uma situação em que este canal “seja igual aos outros” e não mereça a atenção dos emigrantes açorianos.

Clélio Meneses, do PSD, também criticou a atual situação da empresa, considerando “indigno” o que se passa com os equipamentos, que são antigos e pouco adequados às necessidades.

O deputado regional do PSD defendeu, no entanto, que “mais importante do que chover no molhado” é apresentar soluções para resolver o problema, frisando que a proposta do partido, de criação de uma empresa regional autónoma, permitirá ter “um serviço público de rádio e televisão novo, revigorado e adequado à região”.

Artur Lima, do CDS-PP, considerou que “o erro da RTP/Açores foi copiar o modelo centralista e despesista de Lisboa”, questionando se os açorianos sabem que os custos com pessoal ascendem a seis milhões de euros.

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