Açoriano Oriental
Agravamento da austeridade na base da 4ª paralisação em dois anos
O agravamento da austeridade determinou a convocação da quarta greve geral realizada em Portugal nos últimos dois anos de Governo, unindo agora a CGTP e a UGT, à semelhança do protesto de 2011.
Agravamento da austeridade na base da 4ª paralisação em dois anos

Autor: Lusa/AO Online

 

A greve geral de 27 de junho, a 10ª marcada pela CGTP, realiza-se cerca de sete meses depois de uma paralisação idêntica, também motivada pelo agravamento da austeridade.

A última greve geral promovida pela Intersindical realizou-se a 14 de novembro do ano passado e foi convocada pela central sindical em protesto contra o agravamento das políticas de austeridade e em defesa de políticas alternativas que favoreçam o crescimento económico.

Esta greve geral contou com a adesão de 28 sindicatos independentes e 31 da UGT. Desta vez, e com um novo secretário-geral, a UGT junta-se ao protesto. Será o primeiro de Carlos Silva, dois meses depois de ter sido eleito.

No entanto, e apesar da “unidade na ação”, há algo que separa as duas centrais sindicais: a CGTP marcou uma greve geral para dia 27 pela antecipação de eleições e por novas politicas para o país.

A UGT decidiu, posteriormente, que também faria greve geral na mesma data pela mudança de políticas sociais e económicas, mas não exige a mudança de Governo.

O ano de 2012 ficou marcado por duas greves gerais da Inter, a primeira realizou-se a 22 de março, menos de dois meses após Arménio Carlos ter sido eleito secretário-geral da Intersindical.

A greve geral que a UGT e a CGTP fizeram a 24 de novembro de 2011 foi a segunda conjunta das duas centrais sindicais e a sétima greve geral realizada em Portugal depois da revolução de abril de 1974.

Nesta data, os então secretários-gerais da CGTP e da UGT, Carvalho da Silva e João Proença, estiveram juntos pela segunda vez numa greve geral, mas foi a última vez que o fizeram enquanto líderes sindicais pois, entretanto, foram substituídos por Arménio Carlos e Carlos Silva, respetivamente.

A CGTP e a UGT convocaram pela primeira vez uma greve geral em conjunto em outubro de 2010, que se concretizou a 24 de novembro desse ano, contra as medidas de austeridade aplicadas, na altura, pelo Governo socialista, nomeadamente a taxa extraordinária sobre o subsídio de Natal desse ano.

Ao longo dos últimos 31 anos a CGTP fez nove greves gerais e a UGT três.

A primeira greve da CGTP, a 12 de fevereiro de 1982, foi contra o pacote laboral que o governo AD tentou impor, retirando direitos aos trabalhadores.

Por isso, a CGTP pediu a demissão daquele Executivo, tal como faz hoje em relação do Governo de Passos Coelho. Na altura, a paralisação contou com a participação de 1,5 milhões de trabalhadores.

No mesmo ano, a 11 de maio, realizou-se outra greve geral pelo mesmo motivo, mas acrescentando o protesto contra a repressão policial que causou dezenas de feridos e 2 mortos no Porto, na véspera do 1.º de Maio.

O pacote laboral do Governo de Cavaco Silva deu o mote para a terceira greve geral em democracia, a 28 de março de 1988.

Esta greve foi realizada pelas duas centrais sindicais, embora convocada em separado porque as relações entre a CGTP e UGT não eram as melhores.

Para tentar impedir a aprovação do Código do Trabalho de Bagão Félix a CGTP promoveu uma nova greve geral a 10 de dezembro de 2002, que contou com a participação de 1,7 milhões de trabalhadores.

A quinta greve, a 30 de maio de 2007, foi de protesto contra a revisão do Código do Trabalho feita pelo Governo PS, que a Inter considerou ter agravado ainda mais a legislação laboral.

A primeira greve geral nacional realizou-se em Portugal em janeiro de 1912 em defesa de melhores salários.

 

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