Açoriano Oriental
Açores vão pedir medidas a Bruxelas para enfrentar fim das quotas leiteiras
O secretário regional da Agricultura dos Açores declarou que pediu uma reunião com o comissário europeu que tem a mesma pasta para debater medidas a adotar para a região face ao desmantelamento das quotas leiteiras.
Açores vão pedir medidas a Bruxelas para enfrentar fim das quotas leiteiras

Autor: Lusa/AO Online

 

“Vamos pedir um encontro com o senhor comissário [da Agricultura e Desenvolvimento Rural]. Não foi possível ainda agendá-lo porque, estando a Comissão Europeia nos meses iniciais das suas atividades, não foi possível ainda encontrar uma data para que este encontro acontecesse”, declarou Luís Neto Viveiros.

O titular da pasta da Agricultura nos Açores falava aos jornalistas, em conferência de imprensa, na Ribeira Grande, ilha de São Miguel, onde hoje foi anfitrião de um fórum sobre o leite que visou refletir o futuro do setor com diversos agentes, face ao desmantelamento do regime de quotas a 1 de abril de 2015.

Neto Viveiros declarou que vai levar ao comissário Phil Hogan as preocupações manifestadas pelo setor e “sensibilizá-lo para uma atenção diferenciada” para a região ultraperiférica dos Açores.

Também na última reunião de presidentes das regiões ultraperiféricas europeias o executivo açoriano defendeu a necessidade de a Comissão contemplar, ao abrigo do programa POSEI, específico para as ultraperiferias, um envelope financeiro extraordinário para fazer face aos impactos negativos que a abolição das quotas terá no arquipélago.

O responsável açoriano pela Agricultura considerou que foi consensual no encontro de hoje a necessidade de a estratégia da região num mercado competitivo como o europeu passar pela valorização e diferenciação dos seus produtos, destacando a forma natural como o leite é produzido.

Neto Viveiros declarou-se convicto de que o setor, na região, tem capacidade “de enfrentar o desafio” que se coloca e destacou que os Açores conseguiram manter envelopes financeiros europeus para a agricultura num cenário de contenção orçamental na UE.

O governante, que reiterou a importância de apostar em produtos com maior valorização, defendeu que a harmonia entre a produção, indústria e distribuição é o único caminho para vencer os novos desafios.

O presidente da Federação Agrícola dos Açores (FAA), também no âmbito da conferência de imprensa, declarou que saiu satisfeito do encontro porque houve “abertura total para discutir todos os assuntos” que respeitam à fileira do leite.

“Agora, claramente que para os produtores do leite a expetativa neste tipo de reuniões é que haja sempre soluções. Aqui, houve muitas soluções apontadas para o futuro, para o presente não”, declarou Jorge Rita.

Jorge Rita considerou que o desafio que se coloca com o fim das quotas leiteiras não respeita apenas à produção, que “respondeu claramente” em termos de produção e qualidade, mas também à indústria, que “deve transformar a qualidade em valor acrescentado”.

“Se nós hoje estamos a produzir mais, estas mesmas indústrias, pelo menos algumas, têm de ter capacidade de transformar este leite que se produz a mais em outros produtos. Essa já não é a nossa responsabilidade”, defendeu.

O presidente da FAA defendeu ainda que, uma vez que os mercados apontam para uma subida do preço do leite no futuro próximo, isso deve ser levado em consideração pelas indústrias que baixaram o preço que pagam aos produtores, por forma a não “matar a sua galinha dos ovos de ouro”.

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