Uma resolução do Conselho de Governo Regional, hoje publicada no Jornal Oficial da região, aprova "o lançamento, pela Atlanticoline S.A, do procedimento de concurso público, com publicidade internacional, para a formação do contrato de conceção e construção de dois navios monocasco, com capacidade mínima para 650 passageiros e 150 viaturas".

A construção destes dois barcos foi anunciada em novembro de 2013 pelo presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, durante a cerimónia, na Horta, da bênção do navio "Mestre Simão", um barco com 40 metros de comprimento, construído nos Astilleros Armon, em Espanha, para o transporte de passageiros e viaturas entre as chamadas ilhas do triângulo (Faial, Pico e São Jorge, no grupo central do arquipélago dos Açores).

O Governo dos Açores aluga atualmente dois barcos ("Express Santorini" e "Hellenic Wind") ao armador grego Hellenic Seaways por 6,1 milhões de euros/ano para as ligações entre todos os grupos de ilhas do arquipélago durante os meses da primavera e do verão.

Em 2009, o executivo açoriano recusou o "Atlântida", que encomendou aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), argumentando que não cumpria o caderno de encargos.

A recusa do navio acabou por ser aceite pelos estaleiros de Viana do Castelo, que assinaram, ainda no decorrer desse ano, um acordo com o Governo dos Açores, a quem se comprometeram pagar 40 milhões de euros, não apenas por causa do "Atlântida", mas também do "Anticiclone", um segundo barco que os ENVC não chegaram a concluir.

Segundo disse na semana passada o presidente da Atlanticoline, Carlos Reis, os estaleiros ainda não pagaram a totalidade desses 40 milhões de euros, estando em falta cerca de 8 milhões.